segunda-feira, 15 de junho de 2020

APRENDIZADOS COM A PANDEMIA: Prof. Ivo Lima


APRENDIZADOS COM A PANDEMIA

1. Um dos desafios é conversar com o silêncio, porque ele é muito sincero e não é fácil encará-lo de frente.

2. Que a Ciência, o poder político dos homens e a pretensão em ser o centro do Universo, revelou-se muito frágil diante de um vírus feroz e mortal.

3. A Pandemia apenas escancarou a insuficiência do Sistema Público de Saúde, a precariedade do papel do Estado em relação às Políticas Públicas essenciais, especialmente diante das desigualdades sociais que penalizam os mais pobres.

4. Nesse contexto do isolamento social e do distanciamento, tivemos que reaprender a arte da convivência, tanto o espaço privado como na arena pública. Nesse sentido, fomos forçados a pensar melhor na condição do outro, vendo-o como um de nós mesmos.

5. Diante da impossibilidade de sairmos de casa e a qualquer custo, além dos membros da família, uma das companhias que nos encheram de afeto foram os animais de estimação, que tiveram a percepção de que os humanos, em sua extrema carência, mais do que nunca, estavam precisando de seu amor incondicional, porque eles não são bons por conveniência.

6. Daqui para frente, depois de levarmos esse baque, que prioridades iremos eleger? Muitas delas que cultivávamos revelaram-se insuficientes como fontes de felicidade verdadeira: a ignorância ao invés do conhecimento, o consumismo, o egoísmo, valorizar mais a aparência do que a essência, o culto da vaidade extrema, a falta de empatia, o desprezo à coisa pública e o pouco cuidado com a natureza.

7. A dimensão da crise Econômica, Política, Ética e do Sistema de Saúde, mostraram claramente o esgotamento do Sistema Capitalista de Produção e a necessidade de se inventar outras formas de vida coletiva, que não tenha como tripé: o lucro, através da especulação no mercado financeiro, da ganância e da concentração de renda.

8. Diante desse quadro, o que queremos ser, agora, e o que estamos plantando, principalmente na Educação dessa geração, inclusive nos valendo das novas tecnologias, das habilidades e competências, em vista de um mundo melhor também para as futuras, está sendo o adequado perante as exigências para uma Nova Realidade Mundial?

9. Outra coisa que a Pandemia nos coloca é a necessidade de um novo paradigma, que leve em conta: parafraseando Edgar Morin, uma visão holística, um pensamento que considera a complexidade, a consciência de que somos seres planetários, em que temos que conviver com certezas provisórias e seguir adiante nos trilhos da incerteza.

10. Por fim, temos uma certeza, filosofando com Heráclito de Éfeso: a mudança é a única coisa certa.


Ivo Lima dos Santos, Diretor da Aproffesp
Professor de Filosofia e Escritor
Autor dos livros: Para agir com sabedoria
A direção da Vida
Pensar bem, viver melhor
E-mail: ivodos@yahoo.com.br
Site: www.ivolimasantos.com.br

quarta-feira, 10 de junho de 2020

Moção de apoio aos militantes em luta contra o fascismo: Aproffesp e Aproffib


ASSOCIAÇÃO DE PROFESSORES/AS DE FILOSOFIA E FILÓSOFOS/AS
DO ESTADO DE SÃO PAULO - APROFFESP
ASSOCIAÇÃO DOS/AS PROFESSORES/AS DE FILOSOFIA E FILÓSOFOS/AS
DO BRASIL – APROFFIB

Moção de apoio aos militantes em luta contra o fascismo

            A APROFFIB e a APROFFESP vem a público protestar contra a atitude fascista do deputado Douglas Garcia, bem como do levante fascista que temos assistido nos últimos dias. O fascismo se articula por volta da segunda década do século passado, tendo em Benito Mussolini da Itália, seu grande expoente. Até hoje o fascismo e o nazismo rondam a sociedade como um fantasma do passado na retirada de direitos conquistados, na desconstrução das conquistas democráticas, corroborando com a falsa moral e ética burguesas, ou melhor, com o moralismo conservador burguês. 
      Segundo o filósofo italiano Norberto Bobbio, “O fascista fala o tempo todo em corrupção. Fez isso na Itália em 1922, na Alemanha em 1933 e no Brasil em 1964. Ele acusa, insulta e agride, como se fosse puro e honesto. Mas o fascista é apenas um criminoso comum, um sociopata que faz carreira na política. No poder, essa direita não hesita em torturar, estuprar e roubar sua carteira, sua liberdade e seus direitos. Mais do que a corrupção, o fascista pratica a MALDADE".
          Com a vitória via fraude eleitoral de Jair Bolsonaro, as características deste governo é um mergulho do reacionarismo civil/militar em relação tanto aos direitos básicos como ideológico, reestabelecendo o neofascismo, acrescido das piores práticas de seus mentores e seguidores.
          Como se não bastasse lutar contra o genocida eleito presidente, seus representantes organizam dossiês com nomes de supostos antifascistas, numa tentativa de criminalização das lutas e os lutadores sociais. Por tudo isso e muito mais, repudiamos tais práticas criminosas e oferecemos nossa solidariedade aos injustamente acusados, conforme relação contida no referido dossiê, de autoria do deputado Douglas Garcia, do PSL/SP.
            A única forma de combatermos o fascismo e os fascistas é o efetivo enfrentamento dos mesmos nas redes sociais, nos parlamentos e nas ruas.

DIRETORIAS DA APROFFESP & APROFFIB

                         

quarta-feira, 20 de maio de 2020

AdiaEnem: Pressão continua, nenhum estudante prejudicado.

MINISTRO ABRAHAM WEINTRAUB: INIMIGO DA EDUCAÇÃO! #ADIAENEM


       Repudiamos a postura inadmissível do Ministro da Educação Abraham Weintraub, em manter o calendário para realização do Exame Nacional do Ensino Médio - ENEM, desconsiderado o contexto de combate a pandemia do Covid-19 que impõe necessário isolamento social o que impossibilitará a participação de quase metade dos estudantes das redes públicas de ensino que não dispõe de acesso a internet. Exigimos o adiamento do ENEM e a retratação das absurdas declarações do Sr. Abraham Weintraub de que "o ENEM não foi feito para corrigir injustiças sociais e, sim, para selecionar os melhores candidatos." Tal atitude corrobora com a atual política educacional da " falsa meritocracia" que exclui as camadas mais pobres da sociedade, historicamente segregadas.




NOTA DAS ENTIDADES DE FILOSOFIA APROFFESP E APROFFIB
MINISTRO ABRAHAM WEITRAUB: FORA INIMIGO DA EDUCAÇÃO!

         Abraham Weintraub, desde que assumiu o Ministério da Educação, em abril do ano passado, substituindo o conservador e trapalhão Ricardo Velez, inúmeros ataques foram desferidos àquela que deveria ser a prioridade em qualquer governo democrático: a educação pública. Sem dúvida, os ataques começaram a partir de 2016, no governo Temer, que culminou com a aprovação da Lei 13.415/17, a do tal “novo ensino médio”, que descaracteriza as disciplinas, principalmente da área das Ciências Humanas, em particular, a Filosofia e a Sociologia.
         Com a posse do presidente Jair Bolsonaro, os ataques à educação aumentaram, desta vez não apenas à Filosofia e à Sociologia, mas também à pesquisa científica, às universidades públicas e aos professores em geral, rotulados de “doutrinadores” e “preguiçosos” pelo presidente, seu ministro da educação e seus seguidores fanatizados. As declarações desrespeitosas do presidente nas redes sociais demonstram claramente que o investimento na educação não é primazia nesse governo, mas sim abrir caminho para as empresas privadas de educação em detrimento do investimento público.
       As constantes declarações e a postura do atual ministro Abraham Weintraub, além de envergonhar os que se dedicam à educação, demonstram que o MEC seguirá as diretrizes da política neoliberal, sem a preocupação em diminuir as desigualdades sociais e exclusões culturais as quais, como sabemos, só uma educação de qualidade é capaz de transpor.
         Estupefatos, visualizamos um MEC que se afasta cada vez mais do planejamento e aplicação dos fundos públicos para a garantia dos direitos sociais e um governo cujo projeto norteador é a destruição dos direitos que foram democraticamente conquistados em gestões anteriores com muita luta dos educadores e da sociedade em geral. As reduções orçamentárias que se iniciaram no governo Temer agora são acrescidas de cortes e “contingenciamentos”, não apenas para as universidades públicas, mas também para a educação fundamental, enquanto o ministro dá uma de péssimo humorista com brincadeiras cínicas com aqueles que o criticam. Além de incompetente, é mau caráter. Basta citar as falhas ocorridas na aplicação do último ENEM. Uma balbúrdia e desorganização total!
        Na esteira dos interesses privatistas na área da educação, temos agora um exemplo gravíssimo, pois o responsável pela escolha dos livros didáticos para as primeiras sérias do ensino fundamental, senhor Carlos Nadalim nomeou uma equipe cujos membros não são revelados ao público, mas que sabemos têm relação com grupos conservadores ligados ao “guru” e pseudo filósofo Olavo de Carvalho, atualmente residente nos EUA. Sabemos também que muitas pequenas editoras conservadoras estão prontas e ansiosas para realizar a dica expressa pelo presidente Bolsonaro: “Vamos nós mesmos produzir os livros, pois os atuais são um amontoado com muita coisa escrita e que precisaria ser suavizado...” (declaração dada à imprensa em 03/01/2020). O que o presidente quer dizer com o verbo “suavizar”? Bem, pelas posições de seu ministro Weintraub, já podemos imaginar o desastre que pode vir por aí! Nem falemos de seus erros de português.
       Além desses retrocessos todos e ataques à educação pública e aos educadores, há também o perigo da não renovação do FUNDEB, criado pela Emenda Constitucional n° 53/2006em 2006 e regulamentado pela Lei Federal n° 11.494/2007, que vincula a distribuição dos investimentos em educação às receitas de impostos e transferências dos Estados, Distrito Federal e Municípios; além dessas receitas serem garantidas para todos os alunos matriculados, também se destina ao Piso Salarial Nacional dos Professores. Essas conquistas, pois, estão correndo sério perigo na atual conjuntura cujos governos de um modo geral atacam os serviços públicos, alinhados que estão com a sanha privatista que campeia; e o ministro Weintraub é um de seus representantes.
        Tendo em vista o exposto, nós professores/as de Filosofia não iremos nos calar, pois temos a convicção de que a educação e todas as áreas do conhecimento precisam ser defendidas, reafirmadas e ampliadas sempre mais, pois são instrumentos de resistência, transformação e promoção dos trabalhadores na sua luta histórica contra a ignorância, a dominação e a exploração. 

       A APROFFESP/APROFFIB repudiam com veemência tal concepção elitista e excludente do ENEM e da Educação como um todo! Se a Educação não existe para corrigir injustiças sociais, quem as corrigirá?"

“Fora Abraham Weintraub: inimigo da educação”!

São Paulo, 19 de maio de 2020.

Associação de Professores/as de Filosofia e Filósofos/as do Estado de São Paulo

         Associação dos/as Professores/as de Filosofia e Filósofos/as do Brasil                         

terça-feira, 19 de maio de 2020

MINISTRO ABRAHAM WEINTRAUB: INIMIGO DA EDUCAÇÃO! #AdiaEnem



       Repudiamos a postura inadmissível do Ministro da Educação Abraham Weintraub, em manter o calendário para realização do Exame Nacional do Ensino Médio - ENEM, desconsiderado o contexto de combate a pandemia do Covid-19 que impõe necessário isolamento social o que impossibilitará a participação de quase metade dos estudantes das redes públicas de ensino que não dispõe de acesso a internet. Exigimos o adiamento do ENEM e a retratação das absurdas declarações do Sr. Abraham Weintraub de que "o ENEM não foi feito para corrigir injustiças sociais e, sim, para selecionar os melhores candidatos." Tal atitude corrobora com a atual política educacional da " falsa meritocracia" que exclui as camadas mais pobres da sociedade, historicamente segregadas.





NOTA DAS ENTIDADES DE FILOSOFIA APROFFESP E APROFFIB
MINISTRO ABRAHAM WEITRAUB: FORA INIMIGO DA EDUCAÇÃO!

         Abraham Weintraub, desde que assumiu o Ministério da Educação, em abril do ano passado, substituindo o conservador e trapalhão Ricardo Velez, inúmeros ataques foram desferidos àquela que deveria ser a prioridade em qualquer governo democrático: a educação pública. Sem dúvida, os ataques começaram a partir de 2016, no governo Temer, que culminou com a aprovação da Lei 13.415/17, a do tal “novo ensino médio”, que descaracteriza as disciplinas, principalmente da área das Ciências Humanas, em particular, a Filosofia e a Sociologia.
         Com a posse do presidente Jair Bolsonaro, os ataques à educação aumentaram, desta vez não apenas à Filosofia e à Sociologia, mas também à pesquisa científica, às universidades públicas e aos professores em geral, rotulados de “doutrinadores” e “preguiçosos” pelo presidente, seu ministro da educação e seus seguidores fanatizados. As declarações desrespeitosas do presidente nas redes sociais demonstram claramente que o investimento na educação não é primazia nesse governo, mas sim abrir caminho para as empresas privadas de educação em detrimento do investimento público.
       As constantes declarações e a postura do atual ministro Abraham Weintraub, além de envergonhar os que se dedicam à educação, demonstram que o MEC seguirá as diretrizes da política neoliberal, sem a preocupação em diminuir as desigualdades sociais e exclusões culturais as quais, como sabemos, só uma educação de qualidade é capaz de transpor.
         Estupefatos, visualizamos um MEC que se afasta cada vez mais do planejamento e aplicação dos fundos públicos para a garantia dos direitos sociais e um governo cujo projeto norteador é a destruição dos direitos que foram democraticamente conquistados em gestões anteriores com muita luta dos educadores e da sociedade em geral. As reduções orçamentárias que se iniciaram no governo Temer agora são acrescidas de cortes e “contingenciamentos”, não apenas para as universidades públicas, mas também para a educação fundamental, enquanto o ministro dá uma de péssimo humorista com brincadeiras cínicas com aqueles que o criticam. Além de incompetente, é mau caráter. Basta citar as falhas ocorridas na aplicação do último ENEM. Uma balbúrdia e desorganização total!
        Na esteira dos interesses privatistas na área da educação, temos agora um exemplo gravíssimo, pois o responsável pela escolha dos livros didáticos para as primeiras sérias do ensino fundamental, senhor Carlos Nadalim nomeou uma equipe cujos membros não são revelados ao público, mas que sabemos têm relação com grupos conservadores ligados ao “guru” e pseudo filósofo Olavo de Carvalho, atualmente residente nos EUA. Sabemos também que muitas pequenas editoras conservadoras estão prontas e ansiosas para realizar a dica expressa pelo presidente Bolsonaro: “Vamos nós mesmos produzir os livros, pois os atuais são um amontoado com muita coisa escrita e que precisaria ser suavizado...” (declaração dada à imprensa em 03/01/2020). O que o presidente quer dizer com o verbo “suavizar”? Bem, pelas posições de seu ministro Weintraub, já podemos imaginar o desastre que pode vir por aí! Nem falemos de seus erros de português.
       Além desses retrocessos todos e ataques à educação pública e aos educadores, há também o perigo da não renovação do FUNDEB, criado pela Emenda Constitucional n° 53/2006em 2006 e regulamentado pela Lei Federal n° 11.494/2007, que vincula a distribuição dos investimentos em educação às receitas de impostos e transferências dos Estados, Distrito Federal e Municípios; além dessas receitas serem garantidas para todos os alunos matriculados, também se destina ao Piso Salarial Nacional dos Professores. Essas conquistas, pois, estão correndo sério perigo na atual conjuntura cujos governos de um modo geral atacam os serviços públicos, alinhados que estão com a sanha privatista que campeia; e o ministro Weintraub é um de seus representantes.
        Tendo em vista o exposto, nós professores/as de Filosofia não iremos nos calar, pois temos a convicção de que a educação e todas as áreas do conhecimento precisam ser defendidas, reafirmadas e ampliadas sempre mais, pois são instrumentos de resistência, transformação e promoção dos trabalhadores na sua luta histórica contra a ignorância, a dominação e a exploração. 

       A APROFFESP/APROFFIB repudiam com veemência tal concepção elitista e excludente do ENEM e da Educação como um todo! Se a Educação não existe para corrigir injustiças sociais, quem as corrigirá?"

“Fora Abraham Weintraub: inimigo da educação”!

São Paulo, 19 de maio de 2020.

Associação de Professores/as de Filosofia e Filósofos/as do Estado de São Paulo

         Associação dos/as Professores/as de Filosofia e Filósofos/as do Brasil                         







segunda-feira, 18 de maio de 2020

MUITOS NÃO VOLTARÃO PRA CASA


 

O isolamento social é difícil, monótono, irritante às vezes...Mas os que estão em casa com pessoas queridas, aproveitem o momento para "curtir" juntos a presença dos que fazem parte de nossas vidas.

E esses momentos de nossa relação nem sempre são "leves" ou de alegria e prazer. Os desencontros também fazem parte do grande encontro da existência. Muitas vezes são estrelas cadentes que nos atingem a todo momento, mas pode ser também um grande meteoro a nos atingir como atingiu o planeta Terra há 65 milhões e os dinossauros foram extintos.

Aproveitemos esse momento de recolhimento, de isolamento social, para aprofundar nossos encontros com os que estão próximos e conosco mesmos. Esse encontro consigo e comigo mesmo é que são elas, não é fácil.

Muitos nesses dias de isolamento, isolados, deprimidos já há tempo infelizmente acabam se encontrando do derradeiro desencontro do suicídio, cujos dados estatísticos não são divulgados porque a nossa sociedade do prazer e do espetáculo procura esconder o triste e inexplicável fenômeno daqueles que tiram a própria vida, negando-lhe, em si mesmos, o sentido que a todo momento a mídia alardeia: "A vida é bela, divirtam-se, cuidem-se, amem-se, comam e bebam".

O suicídio nega, na prática solitária e absurda de um indivíduo, o sentido de tudo isso que viemos acreditando: em Deus, no amor, na saúde e na vida! O suicídio é um mistério, um absurdo, assim como não se explica as ações de um psico ou sociopata: simplesmente é absurdo, um fenômeno que a razão não consegue explicar, entender, e o sentimento não consegue aceitar.

Então, àqueles que estão em casa ou que podem voltar pra casa, não desperdicem seus momentos de alegria junto aos que amam. Curtam a vida, "carpe diem", aproveitem o momento! Muitos já partiram com essa pandemia e nunca mais poderão voltar pra casa; e os que estão em suas casas, como eu, jamais virá aquela pessoa querida chegar em frente ao portão e ver/ouvir seu "cachorro latindo".

Eles e elas partiram para sempre e nenhuma certeza nos garante que nos veremos de novo, que conversaremos como conversávamos e nos abraçaremos como nos abraçavamos. Respeito os que acreditam na "outra vida", no "além", num Deus todo poderoso que "está no controle" ou no Deus Cristão - Jesus Cristo - que nos ama e nos salvou.

O desenrolar da História humana não me permite aceitar tais consolos. Os quinze mil caixões com seus mortos que foram entererrados nos últimos dois meses , lacrados com entes queridos ceifados pelo coronavírus, estão lá inertes e não podem ver ou sentir a luz do sol desse lindo dia de outono.

Este é o triste fato. Mas curtir a vida não significa fazer churrascos e tripudiar os que partiram. Não precisamos "carregar um cemitério sobre os ombros", mas também não podemos ficar gargalhando a desgraça alheia dos que morreram ou dos que perderam seus queridos: filhos/as, pais, mães, avós, tios, irmãos/ãs.

Por mais que a economia volte a crescer, e crescerá sempre para uma minoria, os que se foram jamais voltarão; e os que ficaram, nunca mais poderão vê-los! Por isso não tenho o direito de ficar "leve" e achar que nada aconteceu.

Vamos viver a vida que, se não tem sentido, nada nos impede de darmos algum sentido a ela, como sugeriu o filósofo francês Jean-Paul Sartre. Para ele, tal SENTIDO não pode ser individual, pois o sentido da existência é coletivo e sempre exige de nós RESPONSABILIDADE diante de todos e diante do mundo. Mas sem desespero. Curtamos a canção interpretada por Raimundo Fagner - RETROVISOR - que canta a volta para casa, ao mesmo tempo que é "...levado pelo "movimento que sua falta faz"...Todavia, "Quem sabe tudo estará sorrindo quando eu voltar". É triste, lamentavelmente muitos não voltarão!

São Paulo, 17 de maio de 2020 - 


Prof. Ms. Chico Gretter - filósofo - Diretor da APROFFESP

sábado, 16 de maio de 2020

A FILOSOFIA TOMA PARTIDO: CONTRA A EXCLUSÃO.

A APROFFESP juntamente com as Entidades estudantis, conselhos educacionais, sindicatos e organizações da sociedade civil exige o Adiamento do Enem.
Saiba mais: 10 motivos pelos quais é necessário pensar em adiar o Enem 2020https://catracalivre.com.br/educacao/10-motivos-pelos-quais-e-necessario-pensar-em-adiar-o-enem-2020/

quarta-feira, 13 de maio de 2020

NOTA CONTRA A IMPLANTAÇÃO DO PROTOCOLO DE MORTE A POBRES E IDOSOS/AS

       Com agravamento da pandemia do Covid-19, e o anunciado colapso na saúde pública e privada de forma gritante no SUS. Subscrevemos a presente nota elabora pela Enfrente!
      Convidamos às Entidades comprometidas com a defesa da Vida para que assinem.

NOTA CONTRA A IMPLANTAÇÃO DO PROTOCOLO DE MORTE A POBRES E IDOSOS/AS

       Diante desta licença para matar, precisamos fazer uma ampla campanha contra o protocolo de morte que vem sendo instruído no Rio de Janeiro e, na prática, em vários estados brasileiros; e que os Estados assegurem a todos e todas o direito à vida, independentemente de seu estado de saúde ou idade.

      Sabemos que a discriminação já ocorre no cotidiano do atendimento público, mas a sociedade precisa reagir contra esta política da “velhofobia” ou gerontofobia, da necropolítica, de tratar o idoso como uma sucata humana e de implementar uma “cultura” da banalização da vida. Esse debate não deve se limitar aos interesses e conveniências dos políticos e das entidades médicas responsáveis pela Ciência, pois, mais uma vez, vai contra o juramento de Hipócrates, Pai da Medicina (460 – 377 a.C.). Os defensores desse tipo de licença para matar os indefesos, os fragilizados e os idosos, fogem à razoabilidade humana e ao primado da vida em todos os aspectos.

       Somente numa sociedade doente e de orientação nazifascista é que estes pressupostos foram  adotados, desrespeitando as crenças e valores do nosso povo e fugindo ao debate da Bioética. Verificamos na sociedade um “abandono de incapazes” para com os idosos os quais não estão pedindo favor, uma vez que todos contribuímos com os impostos arrecadados pelo Estado e a devolutiva é dever do mesmo, independente do estado de saúde em que o cidadão se encontra, principalmente os mais velhos.

      Essa atitude desumana nesses tempos obscuros é um triste atestado de falência do modo de produção capitalista que, assim, demonstra seu esgotamento e sua derrocada é irreversível, mas que precisamos acelerar com a nossa ação revolucionária. Precisamos, ao contrário do que querem manter o sistema de exploração, avançar no debate sobre a valorização dos "jovens há mais tempo", criando as Escolas Sapienciais, valorizando os idosos e idosas, uma vez que os mesmos são portadores de profunda sabedoria, letrada ou não, adquirida e acumulada pela leitura, estudo e vivência do mundo, durante toda sua vida. Negar esse capital humano, além de ser desumano, é burrice!

       O recorte histórico de classe nesta pandemia está escancarado, uma vez que os sacrificados são os da periferia, independentemente de idade, pois ainda nos deparamos com dois mundos, aqueles do mundo do atendimento privado em grandes e ricos hospitais e aqueles do mundo dos abandonados que são atendidos pelo sucateado Sistema Único de Saúde – SUS, ora morrendo em casa ou nas portas dos hospitais ou corredores das enfermarias, implorando pela necessidade vital e pelo direito de respirar.

      Neste sentido, devemos repudiar e fazer campanha em favor da vida, não permitindo que se aprove este consentimento legal, que é uma espécie de licença para matar ou deliberadamente deixar alguém morrer. Não podemos naturalizar o que não é natural. Para tanto, vamos lutar por:

- Campanhas de valorização salarial e indispensáveis equipamentos de proteção aos trabalhadores da Saúde;

- Taxação das grandes fortunas, estabelecendo renda básica aos trabalhadores desempregados;

- Manutenção do distanciamento - isolamento social;

- Estatizar e direcionar empresas para produção de insumos, remédios e vacinas, para o efetivo atendimento médico humanizado;

- Assegurar aos indígenas o direito à sua existência, impedindo as atuais agressões contra nossos povos primeiros que não possuem as mesmas defesas imunológicas que os brancos têm;

- Unificar os trabalhadores do campo e da cidade contra a política genocida do presidente e seus apoiadores;

- Ocupar os leitos dos hospitais privados para o atendimento igualitário dos doentes o mais rápido possível;

- Retomada do convênio com o governo cubano para trazer de volta os milhares de médicos que tiveram de deixar o país devido à hostilidade do atual governo, para ampliar o atendimento às pessoas desassistidas;

- Exigir o exame “revalida”, não aplicado desde 2017, para os milhares de médicos que se formaram no exterior e estão incapacitados de exercer a medicina no país por mera formalidade burocrática e corporativista.

- Ampliar a luta pelo “#Fora Bolsonaro”, cassação da chapa e por novas eleições no Brasil, antes que o caos se instale de vez!

No mundo da barbárie capitalista, unamo-nos no esforço de construção de uma sociedade democrática e socialista!

ENFRENTE! Corrente Política, Sindical e dos Movimentos Sociais e Estudantil.

APROFFESP - Associação de Professores/as de Filosofia e Filósofos/as do Estado de São Paulo

APROFFIB - Associação de Professores/as de Filosofia e Filósofos do Brasil

  A verdade dos senhores da guerra e seus impérios O povo cubano, sob o comando dos revolucionários de Serra Maestra, se insurgiu contra o d...