quarta-feira, 28 de abril de 2021

Carta aberta ao governo do Estado de São Paulo e aos deputados estaduais da ALESP

   ASSOCIAÇÃO DE PROFESSORES/AS DE FILOSOFIA E 

FILÓSOFOS/AS DO ESTADO DE SÃO PAULO

 




Carta aberta ao governo do Estado de São Paulo

e aos deputados estaduais da ALESP


    Prezados/as senhores/as autoridades de nosso Estado

    Por “lockdown”, auxílio emergencial estadual e vacinação para todos/as!


    A pandemia de COVID-19 atinge sua pior fase no Brasil, atingindo mais 350 mil brasileiros e brasileiras mortos pelo vírus no país. A média de mortes tem batido recordes diários e atinge o assustador número de quase mais 4 mil pessoas mortas por dia. Cientistas afirmam que a forma mais eficaz de conter a capilaridade do vírus é praticando o “lockdown”, ao mesmo tempo em que devemos avançar com urgência na aplicação das vacinas num maior número possível de pessoas, e com auxilio emergencial complementar pelo governo do Estado em parceria com as prefeituras para socorrer a população carente, desempregada e faminta.

    Em todo país, o sistema de saúde entrou em colapso. Faltam leitos hospitalares, oxigênio, anestésicos, profissionais da saúde e acolhimento humano aos familiares em agonia, sem notícias dos internados. Não há mais capacidade de atender todos os doentes e muitos já morreram sufocados aguardando no corredor da morte uma vaga na UTI! Além da falta de leitos nas enfermarias e UTIs, começam a faltar profissionais especializados no atendimento emergencial, faltam também medicamentos e insumos básicos, o que agrava ainda mais a situação. A vacinação em massa, que poderia estar salvando milhares de vidas, continua sofrendo com a falta de gestão eficiente e responsável do (des) governo genocida de Jair Bolsonaro e a politização, por João Dória, do combate à pandemia através do “Boitantan” e sua Butanvac. Precisamos de vacinas já e não promessas eleitoreiras, sejam dos governos estaduais como do federal.

    Dirigido por um presidente negacionista e genocida, o país vive uma crise econômica, social e política sem precedentes. Essa crise atinge todos os estados, em especial o Estado de São Paulo; e por ser o Estado mais rico da federação, com a maior rede hospitalar, é inconcebível um número tão alto de infectados e mortos a ponto de contratarem transportes de estudantes para transportar corpos de vítimas da Covid-19. A cena de enterros noturnos nos cemitérios é triste e assustadora!

    A situação da população mais pobre do Estado é ainda mais grave. Mas, mesmo diante da crise sanitária e social, o governador Dória decidiu fechar programas sociais que contribuíam como renda para população; confisca também os rendimentos dos funcionários públicos aposentados, além de outras mazelas características da gestão do PSDB em nosso Estado e no país. Não podemos aceitar a destruição de políticas de assistência, dos direitos trabalhistas conquistados com muita luta em nossa história, ainda mais quando a população enfrente essa terrível pandemia.

    O negacionismo, o desemprego e a falta de uma renda mínima são catalisadores de uma tragédia social e humanitária em curso. É preciso organizar urgentemente ações em nível estadual, regional e municipal, pois com a suspenção do auxílio emergencial em janeiro deste ano e a retomada parcial agora no valor R$250,00 não retira milhões de brasileiros e brasileiras da miséria profunda em que se encontram, cuja reações serão imprevisíveis e catastróficas. Será que o (des) governo Bolsonaro está querendo um motivo para decretar medidas de exceção? Sabemos que isso é totalmente inviável, mas sabemos também que Bolsonaro apostar no caos desde o início ao negar o tempo todo a gravidade da pandemia, ter atitudes irresponsáveis que agravaram a situação e medidas que não foram tomadas a tempo para impedir o quadro a que chegamos com o colapso do sistema de saúde público e privado.

    O novo "auxílio” em média de R$250,00 que o governo federal propôs e o Congresso aprovou está muito aquém de garantir as condições mínimas de sobrevivência, para que a maioria da população consiga se proteger do vírus enquanto se mantém em isolamento; mesmo porque essa mísera importância só começa a ser paga agora em abril, sendo que milhões de brasileiros - homens, mulheres, crianças, idosos – já se encontram abaixo da linha da pobreza há muito tempo e já passa fome. E as campanhas de combate à fome não irão resolver este sério problema, apenas minimizá-lo!

    Tal aplicação da necropolítica como parte desse necrocapitalismo da exploração e da morte é uma ação abjeta de governantes genocidas que naturalizam o estado de barbárie que estamos vivendo. Investir no atendimento à saúde e na proteção social é um direito dos contribuintes e uma obrigação do Estado. Concomitantemente, acompanhamos a Assembleia legislativa gastando em propaganda num momento em que se alega fundamentalmente a escassez de recursos orçamentários. O Executivo, o Judiciário e os deputados/as, vereadores/as, vivem num mundo nababesco, ignorando as populações periféricas, patrocinando, num conluio hipócrita, essa matança infindável. Tirem suas nádegas das cadeiras a façam alguma coisa de positiva para a população que os elegeram!

    No tocante à educação, a última muralha ética em defesa da vida, educadores ensinam e aprendem com as condições adversas dos educadores e educandos. Infelizmente, temos uma persona non grata na educação que é o secretário Rossieli Soares o qual em plena pandemia debocha da vida e do sofrimento alheios na medida em que toma medidas que empurram educadores, educandos e comunidade no tétrico corredor da morte que vem se abrindo no Estado de são Paulo. Devemos desenvolver uma campanha urgente pelo “Fora Rossieli”, inimigo da vida e da educação em nosso Estado. Conclamamos os educadores/as, estudantes e comunidade escolar para não permitir que façam ainda mais da educação um laboratório da morte. Somos pela vida em primeiro Lugar.

    Pelo exemplo de Platão e Marx, não podemos nos dar o luxo de ficarmos inertes em nosso mundinho, presos no fundo de uma caverna de ilusões e falsas seguranças, indiferentes a tudo e a todos. Precisamos lutar, organizar para transformar o mundo que herdamos e deixaremos para os que virão.



São Paulo, 13 de abril de 2021.



DIRETORIA DA APROFFESP (2018 – 2021)

 

Associação dos/as Professores/as de Filosofia e Filósofos/as do Estado de São Paulo

Presidente: Lúcia Martins Peixoto - Caieiras, SP

Vice-Presidente: Anízio Batista de Oliveira - J. Maria Estela, São Paulo, SP.

Secretário: Valmir João Schmitt - Jaraguá - São Paulo, SP.

Primeiro Secretário: Alvira Soares Reis -  V. Santa Teresa - São Paulo, SP

Tesoureiro:  Sônia Maria de Almeida – J. Vergueiro, Saúde, SP.

Primeiro Tesoureiro: José de Jesus Costa – Osasco, SP.

Diretor de Comunicação e Propaganda: Jadir Antônio da Silva – V. Mariana, SP.

Diretor Adjunto de Comunicação e Propaganda:  Marcos R. Ferreira – J. Guarani, São Paulo, SP.

Diretor de Políticas Pedagógicas: Francisco P. Greter – Lapa, São Paulo, SP.

Diretor Adjunto de Políticas Pedagógicas:  Ivo Lima dos Santos – V. Continental, São Paulo, SP.

Diretor Articulador das Ciências Humanas e Currículo: Ronaldo Gomes Neves - Diadema, SP.

Diretor de Relações Sociais e Movimentos Sindical: Aldo J. dos Santos – S. Bernardo do Campo, SP.

Diretor Organizativo da Capital:  Ocimar Freitas - Suzano – SP

Diretora Organizativa da Grande São Paulo:  Lúcia Ap. Denardi, São Bernardo do Campo, SP.

Diretor Organizativo do Interior: Ademir Alves de Lima - São José dos Campos, SP.

Diretor Adjunto Organizador do Interior: Odair Salomão, São José do Rio Preto, SP.

Diretor de Relações Acadêmicas: Marcos da Silva e Silva - Santo André, SP.

Diretora Adjunta de Relações Acadêmicas: Luanda G. dos Santos Julião – Sacomã, São Paulo, SP.

 

 

********************

***************

**********

*****

*


 

 

  A verdade dos senhores da guerra e seus impérios O povo cubano, sob o comando dos revolucionários de Serra Maestra, se insurgiu contra o d...