quarta-feira, 13 de maio de 2020

NOTA CONTRA A IMPLANTAÇÃO DO PROTOCOLO DE MORTE A POBRES E IDOSOS/AS

       Com agravamento da pandemia do Covid-19, e o anunciado colapso na saúde pública e privada de forma gritante no SUS. Subscrevemos a presente nota elabora pela Enfrente!
      Convidamos às Entidades comprometidas com a defesa da Vida para que assinem.

NOTA CONTRA A IMPLANTAÇÃO DO PROTOCOLO DE MORTE A POBRES E IDOSOS/AS

       Diante desta licença para matar, precisamos fazer uma ampla campanha contra o protocolo de morte que vem sendo instruído no Rio de Janeiro e, na prática, em vários estados brasileiros; e que os Estados assegurem a todos e todas o direito à vida, independentemente de seu estado de saúde ou idade.

      Sabemos que a discriminação já ocorre no cotidiano do atendimento público, mas a sociedade precisa reagir contra esta política da “velhofobia” ou gerontofobia, da necropolítica, de tratar o idoso como uma sucata humana e de implementar uma “cultura” da banalização da vida. Esse debate não deve se limitar aos interesses e conveniências dos políticos e das entidades médicas responsáveis pela Ciência, pois, mais uma vez, vai contra o juramento de Hipócrates, Pai da Medicina (460 – 377 a.C.). Os defensores desse tipo de licença para matar os indefesos, os fragilizados e os idosos, fogem à razoabilidade humana e ao primado da vida em todos os aspectos.

       Somente numa sociedade doente e de orientação nazifascista é que estes pressupostos foram  adotados, desrespeitando as crenças e valores do nosso povo e fugindo ao debate da Bioética. Verificamos na sociedade um “abandono de incapazes” para com os idosos os quais não estão pedindo favor, uma vez que todos contribuímos com os impostos arrecadados pelo Estado e a devolutiva é dever do mesmo, independente do estado de saúde em que o cidadão se encontra, principalmente os mais velhos.

      Essa atitude desumana nesses tempos obscuros é um triste atestado de falência do modo de produção capitalista que, assim, demonstra seu esgotamento e sua derrocada é irreversível, mas que precisamos acelerar com a nossa ação revolucionária. Precisamos, ao contrário do que querem manter o sistema de exploração, avançar no debate sobre a valorização dos "jovens há mais tempo", criando as Escolas Sapienciais, valorizando os idosos e idosas, uma vez que os mesmos são portadores de profunda sabedoria, letrada ou não, adquirida e acumulada pela leitura, estudo e vivência do mundo, durante toda sua vida. Negar esse capital humano, além de ser desumano, é burrice!

       O recorte histórico de classe nesta pandemia está escancarado, uma vez que os sacrificados são os da periferia, independentemente de idade, pois ainda nos deparamos com dois mundos, aqueles do mundo do atendimento privado em grandes e ricos hospitais e aqueles do mundo dos abandonados que são atendidos pelo sucateado Sistema Único de Saúde – SUS, ora morrendo em casa ou nas portas dos hospitais ou corredores das enfermarias, implorando pela necessidade vital e pelo direito de respirar.

      Neste sentido, devemos repudiar e fazer campanha em favor da vida, não permitindo que se aprove este consentimento legal, que é uma espécie de licença para matar ou deliberadamente deixar alguém morrer. Não podemos naturalizar o que não é natural. Para tanto, vamos lutar por:

- Campanhas de valorização salarial e indispensáveis equipamentos de proteção aos trabalhadores da Saúde;

- Taxação das grandes fortunas, estabelecendo renda básica aos trabalhadores desempregados;

- Manutenção do distanciamento - isolamento social;

- Estatizar e direcionar empresas para produção de insumos, remédios e vacinas, para o efetivo atendimento médico humanizado;

- Assegurar aos indígenas o direito à sua existência, impedindo as atuais agressões contra nossos povos primeiros que não possuem as mesmas defesas imunológicas que os brancos têm;

- Unificar os trabalhadores do campo e da cidade contra a política genocida do presidente e seus apoiadores;

- Ocupar os leitos dos hospitais privados para o atendimento igualitário dos doentes o mais rápido possível;

- Retomada do convênio com o governo cubano para trazer de volta os milhares de médicos que tiveram de deixar o país devido à hostilidade do atual governo, para ampliar o atendimento às pessoas desassistidas;

- Exigir o exame “revalida”, não aplicado desde 2017, para os milhares de médicos que se formaram no exterior e estão incapacitados de exercer a medicina no país por mera formalidade burocrática e corporativista.

- Ampliar a luta pelo “#Fora Bolsonaro”, cassação da chapa e por novas eleições no Brasil, antes que o caos se instale de vez!

No mundo da barbárie capitalista, unamo-nos no esforço de construção de uma sociedade democrática e socialista!

ENFRENTE! Corrente Política, Sindical e dos Movimentos Sociais e Estudantil.

APROFFESP - Associação de Professores/as de Filosofia e Filósofos/as do Estado de São Paulo

APROFFIB - Associação de Professores/as de Filosofia e Filósofos do Brasil

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