quinta-feira, 17 de junho de 2021

AS INTERPRETAÇÕES DE TEXTOS BÍBLICOS


Segundo a conveniência de cada um ou da ideologia da “Igreja Particular dos Iluminados pelo espírito de porco” – IPIEPO

É verdade que a Bíblia pede para não criticarmos o governo?

Está correndo nas redes sociais um texto bíblico do livro do Eclesiastes (Eclesiástico 10, 20) que o senhor Jair Bolsonaro e seus fanáticos apoiadores usam para puxar a sardinha para a sua brasa (dele), ou melhor, justificar sua incompetência em governar o país e suas maluquices e maldades, deturpando e/ou tirando fora do contexto a citação bíblica, o que os fariseus e falsos profetas sempre fizeram no decorrer da história das religiões. Eis o que diz a mensagem que recebi num grupo de WhatsApp hoje:


O versículo citado, atribuído ao Rei Salomão, citado do Livro do Eclesiastes, tem a seguinte versão na tradução da Bíblia de Jerusalém para a Língua Portuguesa (Ed. Paulinas, 1985). Esta Bíblia de Jerusalém teve como tradutores dezenas de especialistas de diversas denominações religiosas e é considerada a mais fiel aos originais dos livros bíblicos, escritos em Hebraico, Aramaico, Grego e traduções posteriores em Latim. Eis a citação:

“Nem em pensamento amaldiçoes o rei, não amaldiçoes o rico, mesmo em teu quarto, pois um pássaro do céu poderia levar a voz, e um ser alado contaria o que disseste.” (Eclesiastes 10, 20)

Como se nota, este livro bíblico é escrito numa época complicada para o povo de Israel, ameaçados pelos babilônios, e havia muitos perigos para andar falando mal das autoridades estabelecidas que, segundo o mesmo texto, diz também:

Se a indignação daquele que comanda se levanta contra ti, não deixes teu lugar, pois a calma evita grandes pecados. Há um mal que vejo debaixo do sol, erro que vem do soberano: a insensatez ocupando os mais altos postos e ricos se assentando em lugar baixo.” (Eclesiastes 10, 4 – 6)

Notaram que bastou pegarmos outros versículos do mesmo texto que já notamos contradições: não devemos falar mal do rei, ao mesmo tempo que se reconhece que o mal vem do soberano? Ou devemos ter cuidado ao criticar os poderosos quando estamos num regime autoritário, opressor? Este livro do Eclesiastes se preocupava com a insegurança do povo e buscava ensinar a sabedoria para sobreviver aos percalços enfrentados pelo povo oprimido. Ora, o profeta aqui não está dizendo que é para falar bem do rei e dos governantes, mas para tomar cuidado, pois senão poderá ser delatado, preso, perseguido, morto, etc. É o que vemos até hoje nas ditaduras, não é verdade?

Poderíamos tecer inúmeras reflexões sobre o texto e a publicação de apenas uns versículos fora do contexto pelo SBT, fazendo ecoar a voz do presidente Bolsonaro que se passa por religioso, evangélico, qualquer coisa, qualquer time ou torcida, para se dar bem com a população tendo em vista que ele, parece, só pensa em sua reeleição em 2022 em vez de governar o país e ajudar a sairmos dessa crise sanitária devido à pandemia e seus impactos na economia.

Entre uma citação e outra de versículos bíblicos fora do contexto, pois com a Bíblia podemos louvar a Deus e também mandar matar como já ocorreu na história, o então e ainda presidente Jair Bolsonaro dá um passeio de motocicleta nas capitais do país, acompanhado de uma turba que nega as quase 500 mil mortes pela Covid-19 que, afinal de contas, não passa de uma gripezinha mesmo! Todos morreremos mesmo, não é? No entanto, uns morrem aos 80, 90 anos, depois de uma vida bem vivida, com toda a assistência médica e alimentação de primeira, cartões corporativos permitindo gastos milionários, “rachadinhas”, enquanto outros morrem contaminados nos ônibus e metrôs superlotados indo para o trabalho e milhões na fila do desemprego, dependendo de uma sexta básica doada por almas caridosas e outras nem tanto, pois sabem que uma revolta popular pode levar-lhes os anéis.

Para finalizar, voltando à citação bíblica, faço aqui a minha citação contextualizada de um tal Jesus de Nazaré quando Ele chama a atenção de seus discípulos que tomem cuidado com os falsos profetas:

“Cuidai que ninguém vos engane. Muitos virão em meu nome, dizendo: Sou eu, o Cristo; e seduzirão muitos.” (Mateus 24, 3 – 5)

Parece-me foi Espinosa que, muito perseguido por ter uma visão de Deus diferente da judaico-cristão, afirmou que a pior das ideologias é a “ideologia religiosa”, pois ela é totalizante, ela não permite nenhuma contestação, já que quem a usa fala “em nome de Deus”! Como debater com “Deus”? Mas para nos deixar mais tranquilos, lembro aqui uma das regras de discernimento dos “Exercícios Espirituais de Inácio de Loyola” que nos dá uma dica valiosa: é preciso distinguir entre a voz do Espírito Santo e a voz do demônio; a primeira nos traz profunda paz, harmonia e amor, enquanto a segunda só provoca confusão, ódio e desamor. A “voz do Espírito Santo” eleva para o sublime, enquanto a “voz do demônio” nos atira para os infernos! O difícil é distinguir qual é a voz do tinhoso e qual é a de Deus! É preciso certamente ser “amigo da Sabedoria”, ou seja, ser “Philo-Sophos”!

Mas não confundamos essa Paz com a paz dos cemitérios e da omissão dos que, por medo, covardia, proveito próprio ou submissão, se aliam aos poderosos e opressores. Um abraço sincero e votos de ânimo na luta a todos os que promovem a VIDA!

São Paulo, 14 de junho de 2021.

Prof. Chico Gretter

Filósofo, agnóstico, diretor da APROFFESP

    quinta-feira, 20 de maio de 2021

    Convite para reunião urgente da APROFFESP

        


     


         Convite para reunião urgente da APROFFESP

         Aproveitando a pandemia, o governo João Dória/Rossieli tenta implantar de forma autoritária e apressada projetos excludentes e prejudiciais a nós professores/as e à comunidade escolar. Precisamos reagir a isso, organizando-nos para defender a nossa carreira, a Filosofia e uma escola pública de qualidade e democrática.

               Para tanto, vimos propor uma reunião com componentes das coordenações Regionais da APROFFESP a realizar-se neste próximo sábado, 22/05/2021, às 18 horas, on line*. A reunião será aberta aos demais membros de nossa Associação e o link da mesma será enviado oportunamente.

                Pauta:

                1 - A Filosofia no contexto da Pandemia;

                2 -  A situação da Filosofia no Currículo Paulista: PEI, NOVOTEC, EJATEC, Escolas Militares;

                3 - Fortalecimento das coordenações regionais da APROFFESP;

                4 - Encaminhamentos.

                Contamos com a presença de todos e todas, pois somente com a nossa organização, reflexão e ação poderemos nos contrapor a esses governos neoliberais, neotecnicistas e autoritários que sempre menosprezaram a Filosofia e a educação emancipadora de fato, que não se submete aos ditames do mercantilismo educacional.

                Atenciosamente,

     

    São Paulo, 17 de maio de 2021.

     

    Comissão organizadora da APROFFESP



    sexta-feira, 14 de maio de 2021

    APROFFESP & APROFFIB: Nota em apoio ao professor e deputado estadual Carlos Giannazi

     

               

                    No último dia 08/05/21, Carlos Giannazi foi retirado abruptamente da Comissão para a Educação da ALESP pelo presidente da Casa, deputado Carlos Pignatari (PSDB), do mesmo partido de João Dória, numa atitude claramente autoritária de retaliação pela militância de oposição exercida há 16 anos pelo deputado do PSOL, inclusive como membro da referida Comissão.

                O deputado Carlos Giannazi é professor, diretor de escola pública, mestre em educação, possui um longo histórico de lutas na área, foi o deputado mais votado da oposição nas duas últimas eleições e o terceiro mais votado em 2018. Seu mandato possui representatividade em todo o estado, um mandato coletivo que sempre atuou em defesa da educação pública, esteve ao lado dos profissionais da educação, que fiscaliza o Poder Executivo, fazendo críticas ao governo tucano e denunciando a falta de uma política educacional que de fato valorize a escola pública e os profissionais da educação.

                A representatividade de seu mandato é incontestável, tendo sido o deputado de oposição mais votado nas últimas eleições e o terceiro mais votado dentre todos/as os eleitos/as. Não há dúvidas de que se trata de perseguição política, uma retaliação covarde ao mandato do incansável lutador, deputado e professor Carlos Giannazi. Ao fazer isso, o deputado Carlão Pignatari mostra a importância e a relevância do mandato de Giannazi e o medo do governo de sua atuação aguerrida em defesa da educação pública e dos direitos dos trabalhadores da educação em nosso Estado. É lamentável que isso esteja acontecendo, o que mostra uma tentativa baixa de calar o PSOL e os que lutam pela educação na maior casa legislativa da América Latina.

                Cumpre ressaltar também que o professor e deputado Carlos Giannazi sempre esteve presente em nossas lutas não só em defesa da educação pública e dos educadores de nosso Estado, mas também da luta dos educadores do Brasil contra os ataques do atual governo federal, cuja desvalorização e perseguição nunca foram tão brutais em nossa história.

                Repudiando a perseguição política contra o professor e deputado Carlos Giannazi  - PSOL/SP é que a APROFFESP, que sempre contou com o apoio do mandato deste deputado em suas lutas em favor da Filosofia e da Educação, vem aqui apoiar e exigir que o mesmo seja imediatamente reintegrado à Comissão de Educação da ALESP, em respeito à sua representatividade e à proporcionalidade a que tem direito o PSOL – Partido Socialismo e Liberdade que possui quatro deputados/a eleitos/as na última eleição estadual.

                #ForainimigosdaEducação!  #ForaBolsoDória!  #AbaixoaEscravidão!

     

    São Paulo, 13 de maio de 2021.

    DIRETORIA DA APROFFESP & APROFFIB


    quarta-feira, 12 de maio de 2021

    Carta aberta ao governo do Estado de São Paulo e aos deputados estaduais

     




    ASSOCIAÇÃO DE PROFESSORES/AS DE FILOSOFIA E 

    FILÓSOFOS/AS DO ESTADO DE SÃO PAULO

     



    Prezados/as senhores/as autoridades de nosso Estado

    Por “lockdown”, auxílio emergencial estadual e vacinação para todos/as!

     

                A pandemia de COVID-19 atinge sua pior fase no Brasil, atingindo mais 422 mil brasileiros e brasileiras mortos pelo vírus no país. A média de mortes tem batido recordes diários e atinge o assustador número de quase três mil pessoas mortas por dia. Cientistas afirmam que a forma mais eficaz de conter a capilaridade do vírus é praticando o “lockdown”, ao mesmo tempo em que devemos avançar com urgência na aplicação das vacinas num maior número possível de pessoas, e com auxilio emergencial complementar pelo governo do Estado em parceria com as prefeituras para socorrer a população carente, desempregada e faminta.

                Em todo país, o sistema de saúde entrou em colapso. Faltam leitos hospitalares, oxigênio, anestésicos, profissionais da saúde e acolhimento humano aos familiares em agonia, sem notícias dos internados. Não há mais capacidade de atender todos os doentes e muitos já morreram sufocados aguardando no corredor da morte uma vaga na UTI! Além da falta de leitos nas enfermarias e UTIs, começam a faltar profissionais especializados no atendimento emergencial, faltam também medicamentos e insumos básicos, o que agrava ainda mais a situação. A vacinação em massa, que poderia estar salvando milhares de vidas, continua sofrendo com a falta de gestão eficiente e responsável do (des) governo genocida de Jair Bolsonaro e a politização, por João Dória, do combate à pandemia através do “Boitantan” e sua Butanvac. Precisamos de vacinas já e não promessas eleitoreiras, sejam dos governos estaduais como do federal.

                Dirigido por um presidente negacionista e genocida, o país vive uma crise econômica, social e política sem precedentes. Essa crise atinge todos os estados, em especial o Estado de São Paulo; e por ser o Estado mais rico da federação, com a maior rede hospitalar, é inconcebível um número tão alto de infectados e mortos a ponto de contratarem transportes de estudantes para transportar corpos de vítimas da Covid-19. A cena de enterros noturnos nos cemitérios é triste e assustadora!

                A situação da população mais pobre do Estado é ainda mais grave. Mas, mesmo diante da crise sanitária e social, o governador Dória decidiu fechar programas sociais que contribuíam como renda para população; confisca também os rendimentos dos funcionários públicos aposentados, além de outras mazelas características da gestão do PSDB em nosso Estado e no país. Não podemos aceitar a destruição de políticas de assistência, dos direitos trabalhistas conquistados com muita luta em nossa história, ainda mais quando a população enfrente essa terrível pandemia.

                O negacionismo, o desemprego e a falta de uma renda mínima são catalisadores de uma tragédia social e humanitária em curso. É preciso organizar urgentemente ações em nível estadual, regional e municipal, pois com a suspenção do auxílio emergencial em janeiro deste ano e a retomada parcial agora no valor R$250,00 não retira milhões de brasileiros e brasileiras da miséria profunda em que se encontram, cuja reações serão imprevisíveis e catastróficas. Será que o (des) governo Bolsonaro está querendo um motivo para decretar medidas de exceção? Sabemos que isso é totalmente inviável, mas sabemos também que Bolsonaro apostar no caos desde o início ao negar o tempo todo a gravidade da pandemia, ter atitudes irresponsáveis que agravaram a situação e medidas que não foram tomadas a tempo para impedir o quadro a que chegamos com o colapso do sistema de saúde público e privado.

                O novo "auxílio” em média de R$250,00 que o governo federal propôs e o Congresso aprovou está muito aquém de garantir as condições mínimas de sobrevivência, para que a maioria da população consiga se proteger do vírus enquanto se mantém em isolamento; mesmo porque essa mísera importância só começa a ser paga agora em abril, sendo que milhões de brasileiros - homens, mulheres, crianças, idosos – já se encontram abaixo da linha da pobreza há muito tempo e já passa fome. E as campanhas de combate à fome não irão resolver este sério problema, apenas minimizá-lo!

                Tal aplicação da necropolítica como parte desse necrocapitalismo da exploração e da morte é uma ação abjeta de governantes genocidas que naturalizam o estado de barbárie que estamos vivendo. Investir no atendimento à saúde e na proteção social é um direito dos contribuintes e uma obrigação do Estado. Concomitantemente, acompanhamos a Assembleia legislativa gastando em propaganda num momento em que se alega fundamentalmente a escassez de recursos orçamentários.  O Executivo, o Judiciário e os deputados/as, vereadores/as, vivem num mundo nababesco, ignorando as populações periféricas, patrocinando, num conluio hipócrita, essa matança infindável. Tirem suas nádegas das cadeiras a façam alguma coisa de positiva para a população que os elegeram!

                No tocante à educação, a última muralha ética em defesa da vida, educadores ensinam e aprendem com as condições adversas dos educadores e educandos. Infelizmente, temos uma persona non grata na educação que é o secretário Rossieli Soares o qual em plena pandemia debocha da vida e do sofrimento alheios na medida em que toma medidas que empurram educadores, educandos e comunidade no tétrico corredor da morte que vem se abrindo no Estado de são Paulo. Devemos desenvolver uma campanha urgente pelo “Fora Rossieli”, inimigo da vida e da educação em nosso Estado. Conclamamos os educadores/as, estudantes e comunidade escolar para não permitir que façam ainda mais da educação um laboratório da morte. Somos pela vida em primeiro Lugar.

                Pelo exemplo de Platão e Marx, não podemos nos dar o luxo de ficarmos inertes em nosso mundinho, presos no fundo de uma caverna de ilusões e falsas seguranças, indiferentes a tudo e a todos. Precisamos lutar, organizar para transformar o mundo que herdamos e deixaremos para os que virão.

     

    São Paulo, 10 de maio de 2021.

     

     

    DIRETORIA DA APROFFESP (2018 – 2021)

     

    Associação dos/as Professores/as de Filosofia e Filósofos/as do Estado de São Paulo

     

    Presidente: Lúcia Martins Peixoto - Caieiras, SP

    Vice-Presidente: Anízio Batista de Oliveira - J. Maria Estela, São Paulo, SP.

    Secretário: Valmir João Schmitt - Jaraguá - São Paulo, SP.

    Primeiro Secretário: Alvira Soares Reis -  V. Santa Teresa - São Paulo, SP

    Tesoureiro:  Sônia Maria de Almeida – J. Vergueiro, Saúde, SP.

    Primeiro Tesoureiro: José de Jesus Costa – Osasco, SP.

    Diretor de Comunicação e Propaganda: Jadir Antônio da Silva – V. Mariana, SP.

    Diretor Adjunto de Comunicação e Propaganda:  Marcos R. Ferreira – J. Guarani, São Paulo, SP.

    Diretor de Políticas Pedagógicas: Francisco P. Greter – Lapa, São Paulo, SP.

    Diretor Adjunto de Políticas Pedagógicas:  Ivo Lima dos Santos – V. Continental, São Paulo, SP.

    Diretor Articulador das Ciências Humanas e Currículo: Ronaldo Gomes Neves - Diadema, SP.

    Diretor de Relações Sociais e Movimentos Sindical: Aldo J. dos Santos – S. Bernardo do Campo, SP.

    Diretor Organizativo da Capital:  Ocimar Freitas - Suzano – SP

    Diretora Organizativa da Grande São Paulo:  Lúcia Ap. Denardi, São Bernardo do Campo, SP.

    Diretor Organizativo do Interior: Ademir Alves de Lima - São José dos Campos, SP.

    Diretor Adjunto Organizador do Interior: Odair Salomão, São José do Rio Preto, SP.

    Diretor de Relações Acadêmicas: Marcos da Silva e Silva - Santo André, SP.

    Diretora Adjunta de Relações Acadêmicas: Luanda G. dos Santos Julião – Sacomã, São Paulo, SP.

     

     

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    quarta-feira, 28 de abril de 2021

    Carta aberta ao governo do Estado de São Paulo e aos deputados estaduais da ALESP

       ASSOCIAÇÃO DE PROFESSORES/AS DE FILOSOFIA E 

    FILÓSOFOS/AS DO ESTADO DE SÃO PAULO

     




    Carta aberta ao governo do Estado de São Paulo

    e aos deputados estaduais da ALESP


        Prezados/as senhores/as autoridades de nosso Estado

        Por “lockdown”, auxílio emergencial estadual e vacinação para todos/as!


        A pandemia de COVID-19 atinge sua pior fase no Brasil, atingindo mais 350 mil brasileiros e brasileiras mortos pelo vírus no país. A média de mortes tem batido recordes diários e atinge o assustador número de quase mais 4 mil pessoas mortas por dia. Cientistas afirmam que a forma mais eficaz de conter a capilaridade do vírus é praticando o “lockdown”, ao mesmo tempo em que devemos avançar com urgência na aplicação das vacinas num maior número possível de pessoas, e com auxilio emergencial complementar pelo governo do Estado em parceria com as prefeituras para socorrer a população carente, desempregada e faminta.

        Em todo país, o sistema de saúde entrou em colapso. Faltam leitos hospitalares, oxigênio, anestésicos, profissionais da saúde e acolhimento humano aos familiares em agonia, sem notícias dos internados. Não há mais capacidade de atender todos os doentes e muitos já morreram sufocados aguardando no corredor da morte uma vaga na UTI! Além da falta de leitos nas enfermarias e UTIs, começam a faltar profissionais especializados no atendimento emergencial, faltam também medicamentos e insumos básicos, o que agrava ainda mais a situação. A vacinação em massa, que poderia estar salvando milhares de vidas, continua sofrendo com a falta de gestão eficiente e responsável do (des) governo genocida de Jair Bolsonaro e a politização, por João Dória, do combate à pandemia através do “Boitantan” e sua Butanvac. Precisamos de vacinas já e não promessas eleitoreiras, sejam dos governos estaduais como do federal.

        Dirigido por um presidente negacionista e genocida, o país vive uma crise econômica, social e política sem precedentes. Essa crise atinge todos os estados, em especial o Estado de São Paulo; e por ser o Estado mais rico da federação, com a maior rede hospitalar, é inconcebível um número tão alto de infectados e mortos a ponto de contratarem transportes de estudantes para transportar corpos de vítimas da Covid-19. A cena de enterros noturnos nos cemitérios é triste e assustadora!

        A situação da população mais pobre do Estado é ainda mais grave. Mas, mesmo diante da crise sanitária e social, o governador Dória decidiu fechar programas sociais que contribuíam como renda para população; confisca também os rendimentos dos funcionários públicos aposentados, além de outras mazelas características da gestão do PSDB em nosso Estado e no país. Não podemos aceitar a destruição de políticas de assistência, dos direitos trabalhistas conquistados com muita luta em nossa história, ainda mais quando a população enfrente essa terrível pandemia.

        O negacionismo, o desemprego e a falta de uma renda mínima são catalisadores de uma tragédia social e humanitária em curso. É preciso organizar urgentemente ações em nível estadual, regional e municipal, pois com a suspenção do auxílio emergencial em janeiro deste ano e a retomada parcial agora no valor R$250,00 não retira milhões de brasileiros e brasileiras da miséria profunda em que se encontram, cuja reações serão imprevisíveis e catastróficas. Será que o (des) governo Bolsonaro está querendo um motivo para decretar medidas de exceção? Sabemos que isso é totalmente inviável, mas sabemos também que Bolsonaro apostar no caos desde o início ao negar o tempo todo a gravidade da pandemia, ter atitudes irresponsáveis que agravaram a situação e medidas que não foram tomadas a tempo para impedir o quadro a que chegamos com o colapso do sistema de saúde público e privado.

        O novo "auxílio” em média de R$250,00 que o governo federal propôs e o Congresso aprovou está muito aquém de garantir as condições mínimas de sobrevivência, para que a maioria da população consiga se proteger do vírus enquanto se mantém em isolamento; mesmo porque essa mísera importância só começa a ser paga agora em abril, sendo que milhões de brasileiros - homens, mulheres, crianças, idosos – já se encontram abaixo da linha da pobreza há muito tempo e já passa fome. E as campanhas de combate à fome não irão resolver este sério problema, apenas minimizá-lo!

        Tal aplicação da necropolítica como parte desse necrocapitalismo da exploração e da morte é uma ação abjeta de governantes genocidas que naturalizam o estado de barbárie que estamos vivendo. Investir no atendimento à saúde e na proteção social é um direito dos contribuintes e uma obrigação do Estado. Concomitantemente, acompanhamos a Assembleia legislativa gastando em propaganda num momento em que se alega fundamentalmente a escassez de recursos orçamentários. O Executivo, o Judiciário e os deputados/as, vereadores/as, vivem num mundo nababesco, ignorando as populações periféricas, patrocinando, num conluio hipócrita, essa matança infindável. Tirem suas nádegas das cadeiras a façam alguma coisa de positiva para a população que os elegeram!

        No tocante à educação, a última muralha ética em defesa da vida, educadores ensinam e aprendem com as condições adversas dos educadores e educandos. Infelizmente, temos uma persona non grata na educação que é o secretário Rossieli Soares o qual em plena pandemia debocha da vida e do sofrimento alheios na medida em que toma medidas que empurram educadores, educandos e comunidade no tétrico corredor da morte que vem se abrindo no Estado de são Paulo. Devemos desenvolver uma campanha urgente pelo “Fora Rossieli”, inimigo da vida e da educação em nosso Estado. Conclamamos os educadores/as, estudantes e comunidade escolar para não permitir que façam ainda mais da educação um laboratório da morte. Somos pela vida em primeiro Lugar.

        Pelo exemplo de Platão e Marx, não podemos nos dar o luxo de ficarmos inertes em nosso mundinho, presos no fundo de uma caverna de ilusões e falsas seguranças, indiferentes a tudo e a todos. Precisamos lutar, organizar para transformar o mundo que herdamos e deixaremos para os que virão.



    São Paulo, 13 de abril de 2021.



    DIRETORIA DA APROFFESP (2018 – 2021)

     

    Associação dos/as Professores/as de Filosofia e Filósofos/as do Estado de São Paulo

    Presidente: Lúcia Martins Peixoto - Caieiras, SP

    Vice-Presidente: Anízio Batista de Oliveira - J. Maria Estela, São Paulo, SP.

    Secretário: Valmir João Schmitt - Jaraguá - São Paulo, SP.

    Primeiro Secretário: Alvira Soares Reis -  V. Santa Teresa - São Paulo, SP

    Tesoureiro:  Sônia Maria de Almeida – J. Vergueiro, Saúde, SP.

    Primeiro Tesoureiro: José de Jesus Costa – Osasco, SP.

    Diretor de Comunicação e Propaganda: Jadir Antônio da Silva – V. Mariana, SP.

    Diretor Adjunto de Comunicação e Propaganda:  Marcos R. Ferreira – J. Guarani, São Paulo, SP.

    Diretor de Políticas Pedagógicas: Francisco P. Greter – Lapa, São Paulo, SP.

    Diretor Adjunto de Políticas Pedagógicas:  Ivo Lima dos Santos – V. Continental, São Paulo, SP.

    Diretor Articulador das Ciências Humanas e Currículo: Ronaldo Gomes Neves - Diadema, SP.

    Diretor de Relações Sociais e Movimentos Sindical: Aldo J. dos Santos – S. Bernardo do Campo, SP.

    Diretor Organizativo da Capital:  Ocimar Freitas - Suzano – SP

    Diretora Organizativa da Grande São Paulo:  Lúcia Ap. Denardi, São Bernardo do Campo, SP.

    Diretor Organizativo do Interior: Ademir Alves de Lima - São José dos Campos, SP.

    Diretor Adjunto Organizador do Interior: Odair Salomão, São José do Rio Preto, SP.

    Diretor de Relações Acadêmicas: Marcos da Silva e Silva - Santo André, SP.

    Diretora Adjunta de Relações Acadêmicas: Luanda G. dos Santos Julião – Sacomã, São Paulo, SP.

     

     

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    V ENCONTRO ESTADUAL DE PROFESSORES/AS DE FILOSOFIA E FILOSOFOS/AS DA APROFFESP!

    Venha participar conosco deste importante evento em defesa da educação pública e do saber! 16/08, às 09h, na Câmara Municipal de São Paulo -...