quarta-feira, 13 de maio de 2020

13 de maio: Vamos denunciar o racismo e reescrever a verdadeira história do Brasil

Por Aldo Santos

Nestes 132 anos que nos separam da farsa da “abolição” da escravatura no Brasil, os negros carregam dupla herança de exploração e exclusão: enquanto pobres, submetidos à marginalização imposta pelo capitalismo, comum à imensa maioria da população brasileira; enquanto negros, ainda hoje sofrem com as conseqüências do racismo, embora escancarado, não assumido.

A discriminação se dá nos variados setores da sociedade, desde a falta de acesso ao mercado de trabalho (e à salários compatíveis com brancos em mesma função), à educação, bem como e sobretudo à ausência nas instâncias de poder e decisão, quer nos setores políticos, sociais ou religiosos.

Do ponto de vista teológico, a escravidão foi justificada a partir do relato bíblico, (gênesis. 9,18-27), conforme consta do livro (Racismo, Preconceito e Intolerância de Edson Borges, Carlos Alberto Medeiros, Jaques D´Adesky, pág, 15, editora Atual, terceira edição.).”Em decorrência da praga rogada por Noé-Maldito seja Canaã, filho de Cam-, a história registrou diversas leituras preconceituosas daquele mito bíblico, como a que relata que, desde então, a vontade divina repartiu o mundo entre os filhos de Jafé (Europeus), Sem (Semitas) e Cam (africanos)”. ”O pecado original dos negros e a maldição de Cam são temas abordados também pelo professor de literatura brasileira Alfredo Bosi, em um brilhante trabalho intitulado Sob o signo de Cam, no qual analisa os dois mais belos poemas de Castro Alves, Vozes d´África e o navio negreiro, concluindo que esses velhos mitos bíblicos serviram ao novo pensamento mercantil para justificar o tráfico negreiro”. O mesmo livro faz referência a publicação de Edílson Marques da Solva que em seu livro “ negritude e fé, afirma que uma teologia de caráter racista esteve na base de todo o processo de colonização do Brasil”.

A história oficial, sob a ótica dos brancos-colonizadores, impregnou na sociedade por mais de quatro séculos a visão preconceituosa que associa o negro à escravidão, à improdutividade e à inferioridade. No entanto, o resgate histórico das experiências de resistência da raça negra e de outros segmentos da maioria oprimida é uma prática recente e que nos remete a heróis como Zumbi dos Palmares e sua luta de libertação.

O Quilombo de Palmares foi uma ousada aventura libertária que resistiu quase 70 anos às investidas do governo colonial. Lá viveram em torno de 20 mil escravos que lutaram por sua liberdade, organizando um novo modelo de sociedade. A história do Brasil na leitura e perspectiva do negro aponta o marco da verdadeira Consciência Negra como sendo o Dia 20 de Novembro, data em que assassinaram Zumbi dos Palmares, no ano de 1695.

Se a exploração e o massacre marcaram e marcam até hoje a história dos negros no Brasil, também é verdade que a utopia dos quilombos alimenta a fome de liberdade e de identificação desta raça, que ainda hoje,apesar de discriminada e violada em seus direitos básicos e em sua dignidade, resiste com sua cultura e seu poder de resistência a toda e qualquer violência perpetrada pelos atuais senhores da Casa Grande.

Ao contrário de representar uma reparação às atrocidades e desrespeito com a raça negra, (a abolição de 13 de maio de 1888 foi uma saída de mercado. A proibição do tráfico negreiro (lei Eusébio de Queiroz, 1850) foi motiva por pressões externas de países onde o capitalismo já avançava em sua fase industrial, processo este liderado pela Inglaterra. Longe de ser um gesto humanitário da Senhora Isabel, este ato significou a mudança nas relações econômicas e no padrão de consumo. As transformações econômicas, porém não significaram mudanças na qualidade de vida da população negra. Da escravidão abjeta e desumana, o povo negro foi atirado no abandonando passando a perambular em busca de abrigo e alimento, muitas vezes doente e moribundo, sem amparo dos senhores de engenho e do Estado, tanto Monárquico quanto o Estado Positivista “Ordem e Progresso” Republicano.

A importação de escravos transformou-se em contrabando, elevando o preço do escravo e a sua utilização enquanto mão de obra anti-econômica. Assim, paralelamente o governo monárquico brasileiro passou a incentivar a importação de trabalhadores europeus.

Desta forma se dá a transição do trabalho escravo negro para o trabalho “livre”. Por não atenderem mais as necessidades do mercado, milhões de trabalhadores negros se viram abandonados, sem direitos, sem trabalho, sem casa, sem família, destituídos de lugar social.

Como bem expressa o texto produzido pelo Fórum Nacional dos Trabalhadores Negros: “Saímos, então, das mãos dos sinhozinhos e caímos na marginalidade por falta de trabalho remunerado e casa para morar. Este é um dos motivos que neste dia 13 de maio não podemos comemorar a libertação. Pelo contrário, hoje o preconceito racial está mais vivo do que nunca”.

Com a palavra os trabalhadores negros: “Nós negros somos discriminados e marginalizados, nossas crianças são vítimas da violência. Cerca de 70% dos assassinatos de menores no Brasil na faixa de 13 a 17 anos são de negros. A maioria é nascida em favela e pertencem a famílias com uma renda inferior a um salário mínimo “. (Documento da Anistia Internacional).

As mulheres negras estão sendo esterilizadas, sem ao menos ter o direito de escolha… A maior ocorrência tem sido nas regiões Norte e Nordeste… Somos discriminados no local de trabalho. Os jornais trazem anúncio solicitando pessoas de “boa aparência” – racismo velado – para contratação. Na verdade há diferenças salariais. Tem negro que faz o mesmo tipo de trabalho de um branco e recebe salário menor – os brancos representam 57% da força de trabalho e ficam com 72% do rendimento, enquanto os negros e pardos representam 40% da força de trabalho, ficando apenas com 25% do rendimento – Os negros são alvo de preconceito também pela polícia. Basta um negro ficar na rua à noite e não ter registro em carteira para ser considerado marginal – Pesquisa da Datafolha, realizada com 1080 entrevistados, dois dias após a exibição do vídeo pela TV, onde policiais militares de Diadema apareceram torturando e extorquindo civis e dando o tiro que matou o mecânico Mário José Josino, parado durante a blitz na favela Naval, mostrou que os negros são abordados com maior freqüência pela polícia, recebem mais insultos e mais agressões físicas que os brancos ou qualquer outro grupo étnico. Entre os entrevistados da raça negra, quase a metade (48%) já foi revistada alguma vez. Desses, 21% já foram ofendidos verbalmente e 14%. agredidos fisicamente. Enquanto entre os brancos, 34% já passaram por uma revista policial, 17% ouviram ofensas e 6% já foram agredidos, ou seja, menos da metade da incidência com negros.

Contra fatos não há argumento.
O racismo existe e deve ser exterminado da sociedade.

– Contra a discriminação racial no mercado de trabalho;

– Contra a discriminação da mulher;

– Contra a violência policial sobre pobres e negros;

– Pela extinção dos conteúdos discriminatórios e xenófobos nos livros e materiais didáticos;

– Pela inclusão de fato da História da África no currículo escolar;

– Em defesa das políticas de reparações históricas e a instituição das cotas para negros nas faculdades públicas, autarquias e particulares .

– Pelo feriado de Nacional de 20 de novembro.

– Pela implantação da capoeira na grade curricular das escolas públicas municipais e estaduais.

– Pela organização do “Museu da Raça Negra” nas cidades Brasileiras.

– Pela implantação nos municípios de Secretarias de Gênero etnia, para encaminhar as demandas gerais e específicas.

Aldo Santos-ex-vereador em SBC, coordenador da APEOESP SBC, Diretor da APROFFESP , vice presidente da  APROFFIB, militante do Psol e da Enfrente!

PARTICIPE DA LIVE - 13 DE MAIO ÁS 17h00 

Importante debate promovido pelas Associações de Filosofia Aproffesp e Aproffib. Com Aldacir Fonseca de Souza, representando o Movimento Negro, Luanda Julião a Aproffesp, Marcos Silva e Silva a Aproffib e Aldo Santos representando a Enfrente!




sexta-feira, 1 de maio de 2020

Enfrente!: 1° DE MAIO: Uma história de luta da classe trabalh...

Parabéns ao nosso querido fundador, vice presidente Anísio Batista, muito nos honra sua história de luta.



Enfrente!: 1° DE MAIO: Uma história de luta da classe trabalh...: Neste 1° de Maio de 2020, a Enfrente! Corrente política, sindical, dos movimentos sociais e estudantis homenageia o Sr. Anizio Batista, mil...

1° De Maio às 16 horas - Live: Os desafios do mundo do trabalho na atualidade.

Participe da Live promovida pela APROFFESP e pela APROFFIB
1° De Maio às 16 horas.Os desafios do mundo do trabalho na atualidade.

Dia Internacional dos TRABALHADORES, dia de luta!
Os neoliberais querem reformas para retirar nossos direitos conquistados em lutas históricas, inclusive com a morte de muitos! Aos operários de Chicago que se tornaram símbolo dessa luta, nosso compromisso em continuar lutando!

sábado, 11 de abril de 2020

Da “Peste” de Camus ao coronavírus, aqui estão as metáforas de nossa precariedade

"O coronavírus - invisível a olho nu - está atingindo indiscriminadamente pessoas íntegras e pessoas frágeis. A economia também está sob ataque. Os defensores do racismo devem se confrontar com um mal que os lembra que a cor da pele não faz parte de uma hierarquia social. Quanto aos políticos, eles não sabem como se comportar diante de um perigo invisível que está se espalhando alegremente, como se o homem que maltratou tanto o planeta fosse invencível. Discordo do padre Paneloux, mas é claro que de tempos em tempos a natureza e o absurdo se unem para se vingar do homem, reduzindo-o a pouco, um corpo cujos pulmões são devorados por dentro até a morte por asfixia".

A opinião é do escritor franco-marroquino Tahar Ben Jelloun, em artigo publicado por La Stampa, 08-03-2020. A tradução é de Luisa Rabolini.

Eis o artigo.

Bernard Pivot publicou um tweet no qual destacava que "o coronavírus é anticapitalista (queda da bolsa de valores), ama ouro (+ 8%), é ecologista (menos aviões no céu), é misantrópico (odeia pessoas que falam entre si), é puritano (impede as pessoas que se tocarem)". O humorismo é necessário quando o medo exagera e se espalha de forma explosiva. Certamente, o vírus está conturbando a ordem mundial e está revelando o aspecto dramático da globalização.

O mundo sempre conheceu epidemias com consequências muito mais trágicas do que aquelas que conhecemos hoje. A peste matou milhões de pessoas. A gripe espanhola que se espalhou de 1918 a 1919 matou 50 milhões de pessoas em todo o mundo. O coronavírus, é ruim, mas não tem nada a ver com outras pandemias, mata 2% dos infectados. Isso não impediu a disseminação de um medo generalizado entre todas as populações.

Não poupa nenhum país. Não está claro como e por que a Itália possa ter sido atingida tão duramente em poucos dias. Turismo? Descuido? Um jornalista italiano, correspondente em Paris, sugeriu a hipótese de que este país tem a população mais idosa da Europa, sabendo que o coronavírus ataca principalmente os idosos. Essa explicação não é convincente. Se a Itália está nesse estado deplorável, parece mais um acaso.

Certamente, a maioria dos estados africanos não recebeu a visita inoportuna desse vírus, mas não é uma razão para baixar a guarda e não se preparar para o caso de decidir se refestelar ao sol.

Curiosamente, os franceses correram às livrarias para comprar o romance de Albert Camus, A Peste, escrito em 1947. A literatura continua sendo levada a sério. Como esse romance esclarecerá os leitores que são altamente informados, mas não tranquilizados?

Primeiro, o bacilo da peste é diferente do coronavírus, nascido dos animais silvestres comidos pelos chineses. Eu nunca esquecerei a primeira vez que li esse livro. Chocado, procurei imediatamente a "peste" do mundo em que vivia naquela época: aconteceu em Oran em 1940. Milhares de ratos morrem nessa cidade. Eles carregam o bacilo da peste, uma doença incurável naqueles dias. E eis que os habitantes começam a morrer, em grandes quantidades. O Dr. Rieux (o alter ego do autor) luta o melhor que pode contra essa tragédia. Ele a atribui ao absurdo da vida. A doença vem e, assim como chegou, desaparece, deixando uma mensagem aos humanos para lembrá-los de que o homem é portador de algo que se assemelha a esse bacilo, o mal, que "nunca será completamente eliminado".

Para Camus, a peste da época era o nazismo (que, portanto, chamaremos de "peste morena"). A resistência contra esse mal absoluto não é total. Existem colaboracionistas, homens cínicos e oportunistas, como Cottard, que se aproveita da situação para organizar o mercado negro, há o padre, padre Paneloux, que, como vemos hoje, pensa que essa epidemia seja um "castigo divino", um castigo enviado por Deus para atacar aqueles que se desviam do seu caminho.

A "conspiração" tornou-se a explicação sistemática do que está acontecendo no mundo. Ouvi dizer que foram "os serviços secretos dos EUA" que enviaram esse vírus para infectar a China e paralisar sua economia. Absurdo! Alguns dias depois, descobrimos que também os estadunidenses foram infectados. Enquanto isso, Trump diz na televisão que "a América destruirá esse vírus". Não destruiu nada.

O romance de Albert Camus permanece contemporâneo, desde que seja lido como uma metáfora múltipla sobre a precariedade da condição humana. A agonia e depois a morte de uma criança (filho do juiz Othon), atingido pelo bacilo da peste, faz Camus dizer, ou mais precisamente o doutor Rieux: “Recusarei até à morte amar essa criação onde as crianças são torturadas”. Hoje, as imagens de crianças atingidas na província síria de Iblid por bombas sírias e russas chegam até nós todas as noites em nossas telas e ficamos chocados tanto quanto o doutor Rieux fica diante dessa tragédia.


terça-feira, 7 de abril de 2020

PROFISSÃO: PROFESSOR



       1. Depois de percorrer um longo processo em minha formação nos períodos da Educação Infantil, Ensino Fundamental, Ensino Médio e Ensino Superior, aos poucos, fui delineando os caminhos para a escolha e exercício de uma profissão. Essa fase de nossa vida é marcada por ansiedade, apreensão, dúvida, mas não podemos nos furtar da necessidade da escolha. Depois de muitas reflexões, ponderação, conversa com colegas da faculdade, amigos professores, fiz a escolha: ser professor

        Como qualquer profissão, essa também tem vantagens e desvantagens. Tem algumas vantagens, como: 

         - se o professor é concursado, goza de uma estabilidade no emprego, embora isso é colocado em pauta por autoridades que querem mudanças na educação; 

         - o professor trabalha com pessoas, o que exige muita dedicação, compreensão, jogo de cintura; investir em sua formação constantemente para lidar com as transformações que ocorrem na sociedade e poder, assim, dar o melhor de si em prol da construção de um mundo melhor; 

        - em torno de sua disciplina, trabalha conteúdos específicos, mas deve estar aberto para dialogar com outras áreas do conhecimento, e fazer conexões tendo domínio de conceitos importantes como Interdisciplinaridade, Transdisciplinaridade e Multidisciplinaridade em seu trabalho; 

        - então, a partir dessa amplitude em sua atuação, outro aspecto que julgo relevante nessa profissão é a possibilidade de desenvolver temas que dizem respeito aos valores morais e éticos da vida em sociedade. Isso para provocar reflexões que envolvam as relações interpessoais, políticas, ambientais, o mundo do trabalho e até nossa relação com os “animais não humanos”, para usar uma expressão utilizada pelo filósofo australiano, Peter Singer, cujo foco é voltado para as discussões sobre a Bioética; 

        - por fim, destaco em o “valor de educar” (Fernando Savater, filósofo espanhol) em que o professor contribui para uma vida melhor de seu país. Embora a “educação não tenha o papel de sozinha mudar o mundo, tão pouco o mundo sem ela muda”, para cunhar uma ideia do Patrono da Educação Brasileira, Paulo Freire. Esse processo educacional é tão significativo que o “ser humano é aquilo que a educação faz dele”. (Immanuel Kant, filósofo alemão). 

       2. Sendo assim, a profissão professor é maravilhosa e por isso mesmo muito valorizada pela sociedade? Ledo engano. Infelizmente, essa escolha profissional é marcada por muitos revezes, entre outros, podemos relacionar: 

          - É verdade que ela é exaltada em prosas e versos nas peças publicitárias de nossos Governantes, veiculadas pela grande mídia, em que eles se arrogam os arautos e defensores ferrenhos de uma educação pública de qualidade para o país, mas no chão duro da escola as coisas são muito difíceis; 

      - os professores amargam baixos salários, condições de trabalhos ruins, e, muitas vezes, são desrespeitados no exercício de sua profissão, pelos governantes, por alunos, pela mídia, desvalorizados até por famílias, embora a maioria delas respeitam e apoiam os professores perante os problemas que enfrentam na escola; 

        - uma demonstração de desinteresse, falta de comprometimento com os estudos por uma parcela significativa dos estudantes; 

     - o índice de violência nas escolas é assustador, que a torna não um lugar de aprendizado significativo, mas um espaço de medo; 

        - uma carga horário estafante e, quando não, lecionando em duas ou três escolas para completar sua carga horária; 

         - enfrenta muitos problemas estruturais que, em boa medida, dificulta o seu trabalho, salvo exceção de escolas que estão melhor estruturadas. A esses problemas, pode-se relacionar muitos outros referentes a quantidade e a qualidade da Educação Pública nesse “Brasil varonil e céu cor de anil”. 

          3. Diante dessa desvalorização escancarada para quem quer ver, percebemos: 

          - o fechamento de salas de aula é cada vez mais acentuado; 

          - a eliminação do Período Noturno segue a todo vapor; 

          - a diminuição da modalidade de Ensino para Jovens e Adultos (EJA); 

          - uma crescente evasão escolar. Este fenômeno, Inclusive, atinge as escolas 
particulares, cujo índice chega a 27%; 

          - cresce a onda privatizante em relação à Educação Pública, voltada para o lucro, em que a educação é encarada como mercadoria igual as outras na prateleira do mercado; 

          - a diminuição de concursos públicos na área da educação; 

         - um viés tecnicista, pois visa a formação de uma obra-de-obra barata para o mercado capitalista de produção; 

       - assistimos um grande movimento, que não é de agora, em torno da Educação à distância (EAD), para além da Pandemia do Covid-19; 

        - há uma desvalorização das Ciências Sociais e Humanas, exatamente porque se descarta uma “Educação para o pensar”, reflexiva, crítica e transformadora. 

          4. Diante desse cenário, perguntamos: qual é o futuro do professor: Reconhecemos a importância que o professor ainda tem para a sociedade. Que este modelo de escola que está aí, precisa urgentemente de transformações para enfrentar os desafios do século XX. Que o professor parece muito se qualificar para manusear de forma competente as novas tecnologias, como uma ferramenta aliada à educação. De outro lado, o que vejo em meu cotidiano escolar é uma leva de professores que estão prestes a se aposentarem, não verem o momento de ir embora, pois a escola é um fardo pesado e as forças do ser humano chega ao seu limite. Continua chegando novos professores, é verdade, mas nem tantos assim. Muitos, ao entrarem para a educação pública se assustam com a realidade que se deparam, mas mesmo assim, seguem adiante. Outros, caem em descrédito e logo batem em retirada, decepcionados. Esse quadro é tão preocupante, que quando perguntamos aos estudantes sobre escolher a profissão para ser professor, constatamos que a maioria esmagadora, respondem com um sonoro “não”. Mas, por que será, hein? 

        O que esperar do “AMANHÃ NA EDUCAÇÃO E DO PROFESSOR?”. 

       “Se viver é perigoso, mas caminhar é preciso”, só resta o total desânimo ou, apesar dos pesares, ESPERANÇAR, às vezes, contra o próprio desengano que bate a porta de forma insistente. Mas, se não for isso, o que restará ao professor nessa longa e sinuosa estrada da Educação e seu papel social perante a humanidade? 

            Alguém arrisca um palpite que possa nos dar um outro norte, se é que há. 


São Paulo, abril de 2020 



Ivo Lima dos Santos 
Professor de Filosofia e Escritor
Diretor da Aproffesp Estadual 


sábado, 4 de abril de 2020

Filosofia em Ação. Pensar bem para bem viver: Filosofando em tempos de Coronavírus



Excelente reflexão critica da professora Maria Terezinha Corrêa.

" Todos somos convidados a filosofar, parar para refletir, analisar o caminho percorrido e pesar os resultados. Relembrar dos ensinamentos, questões e resultados que deram certo para se voltar a felicidade, não hedonista, mas, sim, do bem comum."

Filosofia em Ação. Pensar bem para bem viver: Filosofando em tempos de Coronavírus:      Em tempos de crise, seja ela pessoal ou social, há a necessidade de parar e refletir sobre o caminho que se fez e qual o caminho que ...


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Abraço Sorórico e fraterno da Diretoria Estadual da Aproffesp

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V ENCONTRO ESTADUAL DE PROFESSORES/AS DE FILOSOFIA E FILOSOFOS/AS DA APROFFESP!

Venha participar conosco deste importante evento em defesa da educação pública e do saber! 16/08, às 09h, na Câmara Municipal de São Paulo -...