Manifesto das Associações de Filosofia –
APROFFIB, APROFFESP e ASPEFIL contra as declarações do ministro da educação Abraham
Weintraub, inimigo da educação!
Desde que senhor Abraham
Weintraub assumiu o Ministério da Educação, no começo do mês de abril, inúmeros
ataques foram desferidos àquela que deveria ser a prioridade em qualquer
governo democrático: a educação pública.
Sem dúvida, os ataques
começaram a partir de 2016 com a exclusão da Filosofia e da Sociologia, duas disciplinas
que sempre foram alvo dos governos que são contra a liberdade de expressão do
pensamento e não aceitam qualquer crítica. Suprimir essas duas matérias do
ensino médio é roubar dos educandos o direito de
pensar de forma autônoma, é negar o debate e o respeito à pluralidade de ideias
e de valores dos estudantes.
Temos notado que, a partir
da posse do atual presidente Jair Bolsonaro, os ataques à educação aumentaram,
desta vez não apenas à Filosofia e à Sociologia, mas também às Ciências Humanas,
às universidades públicas e aos professores em geral, rotulados de “doutrinadores”
pelo presidente e seus seguidores fanatizados. As declarações impensadas do presidente
nas redes sociais demonstram claramente que o investimento na educação não é
primazia nesse governo. E o ataque à educação pública é um claro indício de que
seu interesse é promover a iniciativa privada em detrimento do investimento
público.
Com a destituição do
ministro Ricardo Vélez após suas inúmeras trapalhadas, o senhor Abraham
Weintraub assumiu a pasta da educação alegando que iria governar para a população
ou, como declarou nos meios de comunicação, em favor do “cidadão pagador de
impostos”; essa declaração já demonstra que o atual ministro da educação
governará mais para as elites do que para os menos favorecidos. Suas
declarações e suas posturas em menos de um mês na direção do MEC demonstram que
o MEC seguirá as diretrizes da política neoliberal, sem a preocupação em
diminuir as desigualdades sociais e exclusões culturais as quais, como sabemos,
só uma educação de qualidade é capaz de transpor.
Estupefatos, visualizamos
um MEC que se afasta cada vez mais do planejamento e aplicação dos fundos
públicos para a garantia dos direitos sociais e um governo cujo projeto
norteador é a destruição dos direitos que foram democraticamente conquistados
em gestões anteriores com muita luta dos educadores e da sociedade em geral. Não
podemos aceitar esse retrocesso que representa a perda dos direitos duramente
conquistados! Percebemos que desde 2016 a educação no Brasil deixou de ser
prioridade do governo federal. Em 2018, ainda sobre a gestão de Michel Temer,
houve uma redução orçamentária brusca de bilhões na educação. Tal redução não
foi suficiente para Bolsonaro, uma vez que novas reduções, novos cortes ou
“contingenciamentos”, não apenas para as universidades públicas, mas também
para a educação fundamental, são noticiados quase todos os dias nos meios de
comunicação.
Parece-nos que, tanto o
senhor quanto o atual presidente, expressam repulsa e desprezo pelo
conhecimento e o senso crítico dos cidadãos, principalmente dos jovens. Ambos
demonstram que não medirão esforços para no sentido de silenciar a Filosofia e
a Sociologia, como também depreciar as Ciências Humanas e sucatear as
universidades públicas, uma vez que estas áreas, como vocês mesmos alegam em
redes sociais, não fazem jus ao dinheiro do contribuinte, pois só promovem
“balbúrdia”! Tais declaração revelam que os senhores ignoram o papel relevante
das universidades públicas no avanço da pesquisa em todas as áreas, bem como a independência
tecnológica do país. Por isso, questionamos tais posicionamentos ao assumir o
Ministério da Educação, cuja importância para o desenvolvimento do Brasil é
essencial.
Tendo em vista o
exposto, nós professores/as de Filosofia não iremos nos calar, pois temos a
convicção de que a educação e todas as áreas do conhecimento precisam ser
defendidas, reafirmadas e ampliadas sempre mais, pois são instrumentos de resistência,
transformação e promoção dos trabalhadores na sua luta histórica contra a
ignorância, a dominação e a exploração.
São Paulo, 13 de maio
de 2019.
Esse ministro não as mínimas condições intelectuais e éticas para ser um Ministro da Educação!!! É mais um desastre do DES-governo Bolsonazi!!!
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