domingo, 6 de maio de 2018

APROFFESP: NOTA DE REPÚDIO À VIOLÊNCIA EM GUARULHOS

A Associação dos Professores/as de Filosofia e Filósofos/as do Estado de São Paulo repudia veementemente a repressão policial da GCM de Guarulhos ontem a um grupo, na sua maioria de professores, que protestava contra a aprovação de um Projeto de Lei do movimento "escola sem partido". Soubemos que vários manifestantes foram feridos com balas de borracha, gás lacrimogêneo, gás pimenta, agressão física, etc. A repressão, a intolerância e o autoritarismo que hoje renascem em.nossa sociefade e que alguns querem transformar em "lei" é um atentado à democracia, à liberdade, o respeito à diversidade...o que é inaceitável!
Cumpre lembrar também que os projetos do "escola sem partido" que tentam aprovar em nível municipal, estadual e federal, já tiveram parecer de inconstitucionalidade da Procuradoria Geral da República - PGR; também não cabe aos municípios legislar sobre conteúdos de ensino, o que é prerrogativa do MEC e do Conselho Federal de Educação.
Mais uma vez lamentamos e repudiamos a violência ocorrida em Guarulhos e nos solidarizamos com os manifestantes agredidos. A Filosofia nasceu na praça pública em Atenas e o debate das ideias continua sendo um de seus pilares! "O ser humano é um animal racional e político", como afirmaram Platão e Aristóteles desde o início!
Resistir é preciso! 🌻
São Paulo, 04 de maio de 2018.
DIRETORIA DA APROFFESP


domingo, 29 de abril de 2018

NOTA DA APROFFESP: 1º DE MAIO DE RESISTÊNCIA E LUTA

Chamado para o 1º de maio dia de resistência e luta
em defesa do trabalho docente dos/as professores/as de filosofia

"Trabalhadores do mundo, uni-vos!" (Karl Marx)





PLENÁRIAS REGIONAIS E ESTADUAL DA APROFFESP – 14/03/2018

TEXTO 2 :A contribuição das mulheres no contexto das reformas

    Embasamos nossa contribuição para a análise do lugar da mulher professora na atual conjuntura educacional na nossa pratica no exercício da docência e no brilhante trabalho da professora Jane Soares de Almeida que, entre outros pontos nevrálgicos, nos alerta para a importância de considerar as questões de gênero; afirma ela: “Aceitando-se que as análises sobre a educação não podem mais prescindir da categoria gênero, é possível que se descortinem novos paradigmas que levem à compreensão da intrínseca relação entre mulher e educação e, assim, novas hipóteses podem ser construídas. ”

    No Livro "Mulher e educação: a paixão pelo possível" - 1998, a autora relata com propriedade o percurso profissional feminino no campo da educação no Estado de São Paulo, desde fins do século XIX. Saindo do lar onde se esperava que fossem esposas devotadas e mães extremosas, as mulheres ousaram estudar e ingressar no campo profissional como professoras do antigo “primário” (ensino fundamental I). Ainda que a atividade docente da mulher fosse vista como uma continuação de suas lides maternas e, por isso, mesmo aceita pela sociedade da época, o magistério primário constituiu uma das grandes oportunidades de inserção da mulher de classe média no mercado de trabalho, assim como a enfermagem (Araújo, 1998). As mulheres trilharam um longo caminho do Magistério primário à formação universitária e especialização em várias áreas, o que possibilitou uma nova configuração no mercado de trabalho. No campo da filosofia nós mulheres ainda somos minoria nos espaços universitários como aponta a pesquisa da professora Carolina Araújo (http://anpof.org/portal/images/Documentos/ARAUJOCarolina_Artigo_2016.pdf). Todavia, temos hoje expoentes femininas importantes no cenário filosófico e acadêmico nacional, como as professoras doutoras Marilena Chauí, Olgária Matos, Márcia Tiburi, apenas para citar algumas.

    Acreditamos ser tarefa da APROFFESP potencializar as contribuições das professoras e filósofas, rompendo com o silêncio histórico, para que o brado aprisionado na garganta de muitas de nós possa ecoar e assim possamos escrever uma nova história da Filosofia com voz feminina. Essa compreensão nos possibilita lançar um olhar crítico sobre a conjuntura extremamente adversa (ver Texto 1 sobre a conjuntura) ao conjunto da classe trabalhadora, da qual nós professor@s fazemos parte, no sentindo de entender o processo histórico de desvalorização dos/as profissionais da educação, ataque este intensificado de forma brutal pelo governo golpista de Temer e seus apoiadores que legislam contra os direitos conquistados pelos trabalhadores e trabalhadoras à custa de muita luta no decorrer da história.

    Nas escolas públicas do Estado de São Paulo as condições de trabalho são insalubres, precárias, e não bastasse isso agora nos vemos ameaçadas de forma aviltante com a reforma da previdência e com o avanço de ideologias reacionárias, machistas e misóginas, como a PEC 181/2015 – denominada “cavalo de Troia”, que impossibilitaria a interrupção da gravidez, abrindo brechas para a criminalização do aborto; assim sendo, precisamos ficar alertas e redobrar nossos esforços no sentindo de ampliar o diálogo para o qual a produção filosófica feminina e nossa ação concreta é de fundamental importância.
Para finalizar, no que tange ao campo da educação, lembramos à todas as professoras e educadoras em geral que não somos minoria, ao contrário, somos uma grande maioria que pode fazer a grande diferença na luta pela manutenção e conquista de novos direitos para as mulheres e a classe trabalhadora em geral. A nossa participação ativa nas revoluções francesa e russa foi fundamental para as vitórias então obtidas. Vamos à luta!

    Por fim, salientamos a importância da mesa: A Mulher Professora na Atual Conjuntura
que aprofundara o debate na nossa Plenária Estadual.

Lúcia Peixoto: Professora de Filosofia no Estado de São Paulo, 
Diretora sindical da Aproffesp Estadual, 
Bacharel em Ciências da Religião, Licenciada em filosofia, pós-graduada
em docência da filosofia, cursando Licenciatura em Pedagogia e História.

PLENÁRIAS REGIONAIS E ESTADUAL DA APROFFESP – 14/03/2018 TEXTO 1



TEXTO 1 : Conjuntura educacional

No livro ”Organização política e política de quadros”, de Ademar Bogo, publicado
pela expressão popular, primeira edição de 2011, o autor traça um itinerário da situação
política tendo como marco a queda do muro de Berlim em 1989, aponta os variados
desmontes organizativos e numa descrença efetiva de mudanças revolucionárias, onde
muitos bateram em retirada , outros tentaram repetir os formatos organizativo historicamente
construído, levando a um distanciamento não só das práticas políticas transformadoras,
mas também da teoria que interpretava corretamente o movimento das contradições
históricas. Ainda segundo o autor, Lenin viveu este dilema, classificado como “ondas”,
afirmando que “Nos períodos pacíficos, que fazem parte da pré-revolução e podem durar
décadas, a marcha é lenta. Nos períodos revolucionários - curtos e rápidos - as massas e
todas as forças querem decidir logo as disputas”. Entretanto, nos dias atuais, todos os
agentes e interlocutores que lutam por um mundo novo sofrem e ficam confusos, pois parece
que nossos chamados e apelos são vagos e caem no vazio, sem a devida ressonância ou
resposta efetiva da sociedade em que vivemos.
Guardadas as devidas especificidades, lembra muito o mito grego de Sísifo. O que é
“trabalho de Sísifo”: trabalho de Sísifo é uma expressão popular originada da mitologia
grega, remetendo a todo tipo de trabalho ou situação que é interminável e inútil. O significado
contemporâneo desta frase está relacionado com a ideia de que por mais trabalho e esforço
que se faça em relação a algo, os resultados são sempre infrutíferos, irrelevantes e
frustrantes. Alguns estudiosos, como o escritor e filósofo francês Albert Camus, utilizavam
dos princípios do trabalho de Sísifo na mitologia grega para explicar algumas características
da condição humana. A vida dos seres humanos, segundo Camus, seria semelhante ao
trabalho de Sísifo, pois vivem para seguir uma rotina diária e repetitiva de atividades,
normalmente sem um propósito concreto, tornando-a um
absurdo. (https://www.significados.com.br/trabalho-de-sisifo/).
Ainda conforme Bogo, “com a demora em surgir a nova onda de ascenso, muitas
entidades historicamente respeitadas se burocratizam, se atrasam ideologicamente e
perdem a noção dos desafios estratégicos, tornando-se conservadoras na linguagem e
desatualizada no conteúdo político”. (pág. 11-12).
No livro de Emir Sader, Século XX uma biografia não autorizada, publicado pela
Editora Perseu Abramo, 2ª edição - 2010, ele afirma que “O século XX se anunciava como
o século do socialismo e termina com a consolidação da hegemonia do capitalismo, e em
sua forma mais selvagem: ideologia norte-americana, neoliberalismo econômico, dominação
do capital especulativo, do consumismo, do egoísmo, da predação ambiental”. Que século
foi esse, então, que combinou desenvolvimento tecnológico com concentração de renda,
enfraquecimento dos laços da sociabilidade, com hegemonia dos grandes meios de
comunicação de massa de caráter monopolista? Nessa obra, Emir Sader analisa em
profundidade essas questões, retomando conceitos e ideias que permitem uma abrangente
compreensão do “século do imperialismo”.
Já o início do XXl o mesmo está marcado pelo avanço de forças reacionárias, fome
alarmante no continente africano e em várias partes do mundo, além do cerceamento
(ideológico, econômico, militar) de países nas Américas que tentam romper com a lógica
capitalista que nos condena à pobreza e dominação desde os tempos da colonização.
No Brasil não é diferente, pois, com os avanços e poucas conquistas que
lutamos durante décadas, estão sendo destruídas por este governo, que se apoia nas
instituições mantenedoras da ordem positivista do estado burguês. Ordem para quem?
Progresso para quantos?
A sinalização da intervenção militar no Rio de janeiro, como disse os representantes
do Exército, é um laboratório para o restante do país. Portanto, estamos num momento de
retrocesso e descenso da classe, com a esquerda fragmentada que em nada se renova,
tendo como ponto de apoio as entidades e partidos que por anos pactuaram com a
burguesia, cuja herança é o mesmo poder existente dominador das elites que sempre se
serviram do Estado brasileiro para perpetuar seus privilégios e “negócios”.
Achar que somente um partido, que esteve no poder recentemente, foi o criador das
práticas de corrupção no Brasil é muita ingenuidade, ou uma atitude de má fé para desviar
a atenção da população das causas estruturais e endêmicas que corroem a nação brasileira
há muitas décadas, senão séculos! E se a questão é política, não será o Poder Judiciário,
com seus juízes e desembargadores apinhados de privilégios e/ou o Ministério Público que
irão acabar com a corrupção no país, agindo como savonarolas da pós-modernidade!
Somente intervenções políticas transformam a Política!
 No âmbito da educação, além da reforma do Ensino médio e da desestruturação da
educação pública no Brasil em todas as esferas, a Base Nacional Comum Curricular deve
ser publicada em breve, trazendo apenas a Matemática e a Língua Portuguesa como
disciplinas formais e obrigatórias; as demais disciplinas ficarão condenadas ao ostracismo e
segregadas pelos governantes aliados dos grandes grupos empresariais de educação e sua
lógica neotecnicista e de mercado. Ora, para nós a educação de qualidade não é
mercadoria, mas um direito de todas as crianças e jovens brasileiros.
 Nossos desafios são monumentais e vai precisar ter muita ousadia para continuar
lutando contra este estado de coisas. Precisamos arrancar das lições do passado a memória
revolucionária, fazer o enfrentamento no presente e resgatar a poesia e a utopia perene de
nossas lutas. Não podemos ceder ao pessimismo e derrotismo dos sísifos atuais que nos
paralisam e nos matam.
A filosofia tem um papel fundamental nesta narrativa e no contexto que nos faz
compreender criticamente a realidade e suas interpretações, assim com as ciências
humanas e demais excluídas da Base Nacional Comum. Precisamos reunir as excluídas
urgentemente para pressionar o MEC através dos governos dos estados a fim de que
possamos sobreviver a este tsunami político-educacional conservador e reacionário.
Por fim, neste mês das mulheres, é fundamental nosso compromisso com a
conscientização da sociedade em que vivemos, onde ainda impera o machismo, as
atrocidades contra as mulheres e o feminicídio naturalizado.
Precisamos também aprofundar o debate teórico dos clássicos a partir de uma leitura
da sociedade dividida em classes antagônicas, sendo que a felicidade humana não existirá
sem o fim do capitalismo que explora, oprime e mata, desde o início e no mundo inteiro, os
que vivem do trabalho e teimam em sobreviver mesmo quando o próprio direito ao trabalho
lhes é tirado. “E sem o seu trabalho o Homem não tem honra e sem a sua honra se morre,
mata, não dá pra ser feliz” (Gonzaguinha).

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*Aldo Santos é presidente da APROFFIB - Associação dos Professores de Filosofia e Filósofos
do Brasil; vice-presidente da APROFFESP; coordenador da subsede da APEOESP - São
Bernardo do Campo, SP.
*Colaboração: Chico Gretter, presidente da APROFFESP, conselheiro estadual da APEOESP,
professor de Filosofia da rede estadual, mestre em Filosofia e História da Educação.


terça-feira, 24 de abril de 2018

Livro: III Encontro Estadual de Filosofia


Em breve Teremos Edição Impressa do nosso Livro, para conferir a versão digital é clicar no link abaixo e seguir as instruções. 

http://www.dialogicaeditora.com.br/aproffesp

NOTA DA APROFFESP ESTADUAL: 1º de Maio de Resistência e Luta


Chamado para o 1º de maio dia de resistência e luta
em defesa do trabalho docente dos/as professores/as de filosofia

"Trabalhadores do mundouni-vos!"
Karl Marx



sábado, 18 de maio de 2013

Lançamento da revista da APROFFESP

Não percam o lançamento da revista da APROFFESP, o lançamento dessa revista ficará na historia da filosofia brasileira. Leia o editorial abaixo:
25 de maio de 2013 às 16:00 horas, na casa da Solidariedade (Rua Gravi, nº 60, Praça da Árvore, São Paulo)


EDITORIAL

Caro leitor, com o lançamento da revista “FILOSOFIA em transformação”, promovido pela APROFFESP (Associação dos Professores de Filosofia e Filósofos do Estado de São Paulo), os estudiosos de filosofia passarão a ter nova opção de leitura. Nossos objetivos dizem respeito não somente ao discurso acadêmico acerca da filosofia, mas acima de tudo um espaço para que todos os professores, filósofos, sociólogos, historiadores, geógrafos, pesquisadores e também as pessoas ligadas à educação e à reflexão crítica sobre a sociedade, tenham um espaço democrático que visa acima de tudo socializar conhecimentos e práticas. Nossa proposta é de um novo modelo de revista, que dará oportunidades de publicação a pessoas que não encontram espaço ou não se ajustam às políticas editoriais e conteúdos de outras revistas. 
Este espaço é dedicado àqueles que desejam colaborar para uma reflexão crítica sobre a sociedade em geral e sobre a realidade dos professores e professoras de filosofia em particular. Nossa revista foi criada pela necessidade percebida entre os professores de filosofia de um locus  democrático que permita reflexões sobre a práxis educativa de nossos dias, seja no que diz respeito à didática, seja em relação à política e à conjuntura educacional em nosso país e no mundo. 
Para isso, a revista “FILOSOFIA em transformação” propiciará um espaço para registrar e socializar aulas elaboradas por professores e professoras de filosofia, para além de sua edição periódica, que abordará temas específicos que visarão contextualizar e subsidiar a nossa prática pedagógica, afim de que possamos juntos responder às demandas educacionais e sociais, como filósofos e professores (as) de filosofia. 
Em nossas edições periódicas será privilegiada a produção de professores e professoras que estão “no chão da escola” e podem contribuir com nossas reflexões acerca da prática e da didática da filosofia na educação escolar e na sociedade. 
A princípio os temas abordados na revista “FILOSOFIA em transformação” tratarão de diversos assuntos como: política, economia, educação, comportamento, etc. A linha editorial será aberta a debates sobre gênero, etnia, liberdades individuais e coletivas, etc; trazendo sempre a contribuição da tradição filosófica para nossas discussões. 
Nesta edição especial de lançamento, abordamos a luta das mulheres na sociedade, privilegiando a participação destas que cotidianamente guerreiam na busca de seus espaços na sociedade, combatendo todo o machismo ainda presente em nossa cultura. 
Abordaremos também a luta histórica para a reintrodução da filosofia como disciplina obrigatória no Ensino Médio, que culminou com a aprovação da Lei Federal N°11.684/08. Foi uma grande vitória, mas precisamos ficar alertas para os constantes ataques daqueles que não perdem nenhuma oportunidade para retirar a Filosofia do currículo. 
Esperamos que os professores façam uma boa leitura e que se apropriem deste instrumento de luta, de enriquecimento pedagógico, pessoal e coletivo.
DIRETORIA DA APROFFESP

V ENCONTRO ESTADUAL DE PROFESSORES/AS DE FILOSOFIA E FILOSOFOS/AS DA APROFFESP!

Venha participar conosco deste importante evento em defesa da educação pública e do saber! 16/08, às 09h, na Câmara Municipal de São Paulo -...