ASSOCIAÇÃO DE PROFESSORES/AS DE FILOSOFIA E
FILÓSOFOS/AS DO ESTADO DE SÃO PAULO
NOTA
DE REPÚDIO À VIOLÊNCIA E APOIO
AO PROFESSOR PAULO RAFAEL PROCÓPIO
Casos de tamanha estupidez
humana, como ocorrido no último dia 22 em uma escola estadual na cidade de
Lins, SP, protagonizado por um jovem aluno de 14 anos contra um professor de
62, que deveria ser respeitado como o mestre que é, nos leva a refletir sobre a
crise de valores que aumenta em nossa sociedade, o que nos faz refletir e agir
quanto à necessidade de um retorno aos valores éticos. Não podemos aceitar de
forma nenhuma que um/a professor/a, no exercício de sua profissão seja
desrespeitado e muito menos agredido fisicamente como foi o nosso colega Paulo!
Não podemos ficar inertes diante
da naturalização da violência, no entanto, para combatê-la precisamos entender
suas causas mais profundas. Basta um olhar panorâmico sobre a realidade das
nossas instituições educacionais públicas para constatar o descaso e abandono
das escolas, prédios decadentes com grades por todos os lados, parcos recursos
pedagógicos, equipe de funcionários reduzida e professores diariamente atacados
pelo poder governamental e pelas mídias sociais da forma mais vil possível.
Somos taxados de “doutrinadores” e funcionários públicos sanguessugas do
dinheiro público. Mal remuneradas, maltratados e até mal-amadas, dizem das
professoras que deveriam trabalhar “por amor” e não ficar reclamando por causa
dos baixos salários. Não é incrível? Precisamos, pois, combater de forma
sistemática, através das entidades representativas, essa banalização e
desvalorização da profissão docente, cuja uma de suas consequências é a
violência diária sofrida por muitos de nossos/as colegas.
O Fato ocorrido em Lins contra o
professor Paulo não pode ser tomado simplesmente como um caso isolado, uma vez
que ações violentas contra professores/as e funcionários/as se repetem com uma
frequência assustadora em várias outras unidades escolares. Investigar e atacar
de forma coletiva o problema não significa justificar a agressão sofrida pelo
professor Paulo Rafael Procópio a quem prestamos todo nosso apoio e
solidariedade, tão pouco amenizar a culpa do agente agressor, um adolescente
que deve ser corrigido dentro das determinações do ECA. O Estatuto da Criança e
do Adolescente (1990) fala, além de direitos, também de deveres!
A Associação de Professores/as de
Filosofia e Filósofos/as se solidariza e se coloca ao lado dos/as
professores/as, agentes escolares e todos os que estão envolvidos na tarefa
árdua, fundamental e nobre que é a Educação das novas gerações e isso passa
necessariamente pelo combate democrático à violência escolar e social.
Esperamos
que a unidade escolar dê todo apoio ao educador agredido e que possamos implementar
a campanha: O professor é meu amigo, mexeu com ele
mexeu comigo. O aluno é meu amigo, mexeu com ele mexeu comigo!
São Paulo, 26 de fevereiro de 2019
DIRETORIA DA APROFFESP
Um vergonha para educação.
ResponderExcluirMuito triste essa brutalidade e irracionalidade desumana. Força Professor, Abraço Sorórico de Luta!
ExcluirISTO TUDO É CONSEQUÊNCIA DE UM PROJETO EDUCACIONAL MUITO RUIM Q PARECE Q NINGUÉM QUER RECONHECER PQ ESTÁ TUDO ERRADO NA PEDAGOGIA, NA IDEOLOGIA, NA FORMA DE ENSINO E NA BASE CURRICULAR DO ENSINO. OS PROFESORES MERECEM SIM PARTE DESSA CRÍTICA PQ SE OMITIRAM E ALGUNS MILITARAM. TEMOS Q REVER A COISA TODA E ADMITIR O IMENSO ERRO Q FOI FEITO PRA EVITAR Q FATOS ASSIM SE REPITAM, SENÃO ESSE TIPO DE COISA CONTINUARÁ ACONTECENDO E EU SÓ LAMENTO! LUIZA
ExcluirMas não resolveremos o problema da violência com repressão e militarização das escolas, mas sim com o resgate da carreira do professor/a e melhoria das condições de trabalho, salários, recursos....
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