terça-feira, 26 de fevereiro de 2019

NOTA DE REPÚDIO À VIOLÊNCIA E APOIO AO PROFESSOR PAULO RAFAEL PROCÓPIO







ASSOCIAÇÃO DE PROFESSORES/AS DE FILOSOFIA E
FILÓSOFOS/AS DO ESTADO DE SÃO PAULO






NOTA DE REPÚDIO À VIOLÊNCIA E APOIO 
AO PROFESSOR PAULO RAFAEL PROCÓPIO

               Casos de tamanha estupidez humana, como ocorrido no último dia 22 em uma escola estadual na cidade de Lins, SP, protagonizado por um jovem aluno de 14 anos contra um professor de 62, que deveria ser respeitado como o mestre que é, nos leva a refletir sobre a crise de valores que aumenta em nossa sociedade, o que nos faz refletir e agir quanto à necessidade de um retorno aos valores éticos. Não podemos aceitar de forma nenhuma que um/a professor/a, no exercício de sua profissão seja desrespeitado e muito menos agredido fisicamente como foi o nosso colega Paulo!

               Não podemos ficar inertes diante da naturalização da violência, no entanto, para combatê-la precisamos entender suas causas mais profundas. Basta um olhar panorâmico sobre a realidade das nossas instituições educacionais públicas para constatar o descaso e abandono das escolas, prédios decadentes com grades por todos os lados, parcos recursos pedagógicos, equipe de funcionários reduzida e professores diariamente atacados pelo poder governamental e pelas mídias sociais da forma mais vil possível. Somos taxados de “doutrinadores” e funcionários públicos sanguessugas do dinheiro público. Mal remuneradas, maltratados e até mal-amadas, dizem das professoras que deveriam trabalhar “por amor” e não ficar reclamando por causa dos baixos salários. Não é incrível? Precisamos, pois, combater de forma sistemática, através das entidades representativas, essa banalização e desvalorização da profissão docente, cuja uma de suas consequências é a violência diária sofrida por muitos de nossos/as colegas.

               O Fato ocorrido em Lins contra o professor Paulo não pode ser tomado simplesmente como um caso isolado, uma vez que ações violentas contra professores/as e funcionários/as se repetem com uma frequência assustadora em várias outras unidades escolares. Investigar e atacar de forma coletiva o problema não significa justificar a agressão sofrida pelo professor Paulo Rafael Procópio a quem prestamos todo nosso apoio e solidariedade, tão pouco amenizar a culpa do agente agressor, um adolescente que deve ser corrigido dentro das determinações do ECA. O Estatuto da Criança e do Adolescente (1990) fala, além de direitos, também de deveres!

               A Associação de Professores/as de Filosofia e Filósofos/as se solidariza e se coloca ao lado dos/as professores/as, agentes escolares e todos os que estão envolvidos na tarefa árdua, fundamental e nobre que é a Educação das novas gerações e isso passa necessariamente pelo combate democrático à violência escolar e social.

         Esperamos que a unidade escolar dê todo apoio ao educador agredido e que possamos implementar a campanha: O professor é meu amigo, mexeu com ele  mexeu comigo. O aluno é meu amigo, mexeu com ele mexeu comigo!
São Paulo, 26 de fevereiro de 2019

DIRETORIA DA APROFFESP




4 comentários:

  1. Respostas
    1. Muito triste essa brutalidade e irracionalidade desumana. Força Professor, Abraço Sorórico de Luta!

      Excluir
    2. ISTO TUDO É CONSEQUÊNCIA DE UM PROJETO EDUCACIONAL MUITO RUIM Q PARECE Q NINGUÉM QUER RECONHECER PQ ESTÁ TUDO ERRADO NA PEDAGOGIA, NA IDEOLOGIA, NA FORMA DE ENSINO E NA BASE CURRICULAR DO ENSINO. OS PROFESORES MERECEM SIM PARTE DESSA CRÍTICA PQ SE OMITIRAM E ALGUNS MILITARAM. TEMOS Q REVER A COISA TODA E ADMITIR O IMENSO ERRO Q FOI FEITO PRA EVITAR Q FATOS ASSIM SE REPITAM, SENÃO ESSE TIPO DE COISA CONTINUARÁ ACONTECENDO E EU SÓ LAMENTO! LUIZA

      Excluir
  2. Mas não resolveremos o problema da violência com repressão e militarização das escolas, mas sim com o resgate da carreira do professor/a e melhoria das condições de trabalho, salários, recursos....

    ResponderExcluir

  A verdade dos senhores da guerra e seus impérios O povo cubano, sob o comando dos revolucionários de Serra Maestra, se insurgiu contra o d...