sexta-feira, 16 de novembro de 2018

EM DEFESA DA DEMOCRACIA: Lutar, resistir e tomar partido é preciso!

Excelente Reflexão do Professor Aldo Santos para aquecer nossas Plenárias que acontecem no próximo dia 22/11 em várias regionais de São Paulo e a Plenária Estadual que acontecerá às 14 horas na Casa da Solidariedade - Rua Gravi, 60 - Metrô Praça da Árvore, São Paulo

PLENÁRIAS DA APROFFESP: Autorizado abono de ponto para o dia 22/11/18


Lutar, resistir e tomar partido é preciso: *Aldo Santos
Existe uma campanha orquestrada e capilarizada objetivando desconstruir mais uma vez a imagem dos professores/as e consequentemente a educação brasileira. O PSBD vem liderando essa campanha ao longo dos anos à frente ao governo do Estado de São Paulo e agora outros entes da federação assumiram este viés reacionário, sem a necessária sustentação no campo da honestidade intelectual.

Acusam-nos de molestadores da ingenuidade infantil com o dito “kit gay”, fixado no imaginário popular através de “fake news”, uma vez que inexiste do ponto de vista da materialidade no universo educacional. Uma verdadeira cruzada moral que causa inveja até nas pacatas e recatadas “senhoras de Santana”.

Outro eixo desta desfiguração é o debate sobre a “escola sem partido”. Enquanto focam estas pseudas propostas em nome da salvação da educação, criminalizam a escola pública brasileira e seus educadores, na prática desviam a atenção sobre os necessários investimentos na educação e melhoria profissional dos educadores do nosso país.

No tocante ao debate sobre a “escola sem partido”, precisamos enfrentar cara-a-cara este debate, pois, por mais que nos esquivemos, eles avançam com todo tipo de falácias e acusações; o silêncio pode significar nossa conivência ou medo de enfrentar teoricamente mais este necessário embate público. Na prática, o que se observa é o quanto temem os educadores e as escolas brasileiras em todos os cantos do país. Tentam nos pautar em todas as instâncias, o que significa que de fato incomodamos muito os incompetentes e reacionários de plantão.

Eles tentam politizar este debate nas representações desgastadas dos partidos políticos e ao mesmo tempo tentam também desmoralizar a política partidária e a própria política, que devemos resgatar o sentido grego da mesma, que é o da busca do bem comum. Eles tentam nos atrair para o lamaçal de mentiras em que vivem e dos partidos que representam historicamente. Diante desta escalada crescente e desta campanha que objetiva atacar seus adversários com ódio gratuito e irracional, atingir a educação e educadores, bem como o sentido original da busca do bem comum, não resta outra alternativa a não ser enfrentar de forma altaneira o debate do significado programático e das representações partidárias brasileiras e no mundo todo.

Devemos ser afirmativos ao defendermos a formação propedêutica, respeitar as relações com a comunidade e o plano político pedagógico discutido com docentes, discentes e comunidade consciente de seus direitos e metas.

Portanto, devemos mesmo politizar o debate sobre os partidos políticos existentes, a base programática que cada um defende, nominar os representantes das agremiações em todos os níveis de representação e analisar do ponto de vista ético como cada um se posiciona em defesa da maioria contribuinte, desnudando o quanto de hipocrisia se esconde no entorno deste debate diante do qual não temos nada a esconder nem temer. E não devemos ter receio de esconder o programa do partido a que pertencemos, até porque nossas ações programáticas têm sintonia com as correntes pedagógicas existentes e como respeito à pluralidade das mesmas.

Querem transformar a educação em políticas de governos como capitães do mato controladores das vontades coletivas, enquanto defendemos a educação como política de estado; a figura do estado pressupõe, dentre outras atribuições, suas representações partidárias também como parte integrante das relações democráticas existentes ao longo do processo histórico e do acumulo do conhecimento pedagógico, onde o contraditório é fundamental no processo de ensino aprendizagem.

Objetivam estes falsos senhores descaracterizarem nossa atuação no campo da ciência e do legítimo conhecimento acumulado pela humanidade até os dias atuais; tentam descaracterizar o conceito genuíno da busca do bem comum e dos interesses existentes nas pólis; tentam atacar os avanços das ciências tentando impor falsos conceitos da evolução humana.

Tentam acobertar o crime com a venda do pré-sal aos estrangeiros, como entreguistas e apátridas; tentam justificar o sucateamento da educação em todos os níveis, como o ataque em curso da reforma do ensino médio, o sucateamento das universidades a tentativa de aprovação da BNCC do ensino médio, a educação à distância, o congelamento de investimentos por vinte anos, ferindo de morte a educação pública brasileira e com isso também os educadores.

Quanto mais recuamos, eles avançam sem limites com a insígnia do combate hipócrita e enviesado a uma “escola sem partido”. Neste sentido, devemos enfrentar o debate de forma propositiva e afirmativa na defesa dos partidos e organizações éticas, até por que a educação nunca foi neutra, pois sempre esteve a serviço de setores dominantes da sociedade ao longo da colonização e da República e ainda se faz presente.

Devemos desvendar e desnudar este debate, pois quando defendem as “escolas sem partido”, devemos discutir o partido dos governantes e das escolas que via de regra são correias de transmissão dos estados opressores, indefensáveis e fonte de corrupção, imoralidades e balizados no contexto a luta de classe a que pertencem. Precisamos de unidade e convicção teórica para enfrentar este debate antes que mudem para outras narrativas e práticas desonestas.

Vamos divulgar o que fazem seus líderes, presidentes, governadores, senadores, deputados, prefeitos e vereadores, além dos ditos cabos eleitorais que via de regra defendem muitas vezes interesses escusos, diferentemente dos militantes de esquerda consequente e de professores/as comprometidos/as com educandos que lutam com toda energia rumo a tão necessária transformação social e autonomia intelectual. Até por que devemos escancarar este debate não apenas nos períodos eleitorais, mas o mesmo deve fazer parte da nossa formação permanente no interior e fora das unidades escolares.

O que eles temem é ver os estudantes, Igrejas, escolas, sindicatos, educadores e todos os segmentos sociais tomarem o devido conhecimento e perceberem o quanto são incoerentes, manipuladores, quadrilheiros, criminosos! Eles temem que os educadores despertem o sentimento revolucionário e reajam politicamente, varrendo da sociedade estes excrementos e vendilhões dos templos religiosos e do saber; eles temem que os escravizados nadem no mar de lágrimas e sangues derramados a mando dos senhores além-atlântico, e que encontrem sua terra prometida pelo louvor dos ancestrais, visto que foram arrancados de suas terras, mortos nos tumbeiros, torrados nos engenhos pelos colonizadores famintos de capital; eles temem que os nativos tomem conhecimento da verdadeira história, da escravidão e matança generalizada a que foram submetidos e no despertar deste sono tomem de volta o país em que foram forçadamente exterminados e exilados; eles temem que os trabalhadores tomem consciência do quanto produzem, enriquecem as nações, engordam os opressores e continuam tendo uma vida de moderna escravidão.

Eles temem que os estudantes conheçam a verdadeira história da humanidade e seus verdadeiros heróis e não os falsos pregadores defendidos e até representados pelos senhores do poder; eles temem que o recorte marxiano que afirma que cabe ao filósofo, estudante, operário e oprimidos pelo capital ousem transformar o mundo e não se calem nem aceitem com resignação o mundo e a opressão dos senhores.

Eles temem que conheçamos Spartacus, Hepátia, Zumbi dos Palmares, Marx, Engels, Lênin, Trotsky, Mao Setunk, Fidel Castro, Guevara, Prestes, Marighela, Luiza Mahim, Paulo Freire e tantos outros que não mediram esforço no processo de libertação da nossa necessária humanidade; eles temem que a exemplo de Gramsci, tomemos partido na sociedade, pois toda neutralidade será condenada historicamente; eles temem que todos e todas tomem partido na vida ao lado dos que sonham e lutam por um mundo novo, livre e solidário, rumo ao comunismo com liberdade.

Eles temem ainda que rompamos com as barreiras e fronteiras geograficamente definidas para nos dividir o que é indivisível enquanto classe. Eles temem que tomemos consciência da necessidade da construção de um partido internacional da classe trabalhadora, para enfrentar a altura a dominação internacional do beligerante mundo burguês controlado pelos países centrais do capitalismo internacional, liderados pelos EUA. Cuidado, eles usam de todas as armas para nos esmagar; cuidado senhores, pois esmagaremos todas as armas com nossas invencíveis armas humanas, nosso sonho de justiça e igualdade, nossa luta por um mundo sem opressores nem oprimidos!

“Trabalhadores do mundo inteiro uni-vos!" (Manifesto Comunista de 1848).

O único caminho é o da utopia necessária que estamos construindo com sofrimento no cotidiano, mas ao mesmo tempo com alegria da certeza no amanhã que brota na luta do hoje!

Lutar, resistir, tomar partido e vencer é preciso!

*Aldo Santos: professor de Filosofia,presidente da APROFFIB, diretor da APROFFESP.
Publicado em: http://abcdaluta.com.br/post/lutar-resistir-e-tomar-partido-e-preciso?fbclid=IwAR0Mwth68FRuoKhi-aEUQw_wI7I8KQ56e7fpAVfciN_QHCiuoEPouaV4I4Y




Um comentário:

  1. Boa análise de conjuntura pelo qual passamos e necessário tomar partido, estabelecer o contraditório para desnudar este projeto que se julga acima dos direitos da liberdade de expressão.

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